Área equivale a quase toda a área do estado de Mato Grosso; Amazonas liderou área sob desmate, com quase um terço do total nacional. Recorde de área para maio foi visto no ano passado, quando 1.390 km² ficaram sob alerta. Foto mostra homem medindo árvore depois de cortá-la em Itaituba, oeste do Pará, no dia 7 de agosto de 2017.
Nacho Doce/Arquivo/Reuters
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A Amazônia Legal teve 900 km² de área sob alerta de desmatamento em maio, aponta o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é o segundo maior para o mês em seis anos – atrás apenas de 2021.
A área sob alerta também equivale a quase todo o tamanho do estado de Mato Grosso, que tem cerca de 903 km² de extensão; o Amazonas foi o que mais desmatou, com quase um terço do total nacional (veja detalhes mais abaixo).
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
O Deter produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras). O sistema não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.
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A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter. Na temporada 2020-2021 – período que engloba agosto de 2020 a julho de 2021 –, foram 13 mil km² de área sob alerta de desmatamento, maior número desde 2006.
A medição do desmatamento no Brasil considera sempre a temporada de agosto de um ano a julho do ano seguinte, por causa das variações no clima. Com essa divisão do tempo, pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia, analisando como o desmatamento e as queimadas no bioma oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos.
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A floresta também já havia registrado o número mais alto de incêndios para maio desde 2004. O mês não costuma ser um dos que mais registram incêndios florestais; o pico normalmente ocorre em agosto e setembro, no meio da estação seca.
Os estados que mais desmataram
Queimada em área desmatada em Novo Progresso, no Pará, em agosto de 2020
CARL DE SOUZA / AFP
No mês passado, o Amazonas ultrapassou o Pará – geralmente o campeão em desmatamento – em área sob alerta de desmate na Amazônia Legal: foram 298 km² do território amazonense com alertas, quase um terço do total para o mês, contra 272 km² em solo paraense.
Rondônia registrou 149 km² sob alerta de desmate – área 2km² maior do que a que ficou sob alerta em Mato Grosso, que registrou 147 km². O território mato-grossense, entretanto, é quase quatro vezes maior do que o rondoniense.
O Acre registrou 28 km² sob alerta; o Maranhão, 5 km²; Roraima e o Tocantins, 1 km² cada. O Amapá não registrou áreas sob alerta de desmatamento.
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