Técnico vitorioso na base, Paulo Victor Gomes foi campeão mexicano no América ao lado de André Jardine, com quem conquistou ouro olímpico em Tóquio O técnico campeão das duas últimas edições da Copinha vive sua primeira experiência fora do futebol brasileiro. Ex-Palmeiras, Paulo Victor Gomes, de 35 anos, atualmente trabalha como auxiliar de André Jardine no América do México. Ele segue sua rotina vitoriosa e vê os últimos meses como aprendizado para o futuro de sua carreira.
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Ex-Palmeiras, PV relata experiência como auxiliar no México: "Enriquecedora"
A parceria com Jardine já havia acontecido na Seleção, quando PV, como é conhecido, foi auxiliar na conquista do ouro olímpico em Tòquio. Agora, em cerca de um semestre de trabalho, os dois foram campeões do Apertura do Campeonato Mexicano, com apenas duas derrotas em 23 jogos e vitória sobre o Tigres na decisão em dezembro do ano passado.
- Quando vem um convite de uma equipe do tamanho do América, você vai se inteirar, vai ver a qualidade do futebol que era praticado aqui. A qualidade dos jogadores, a possibilidade dessa equipe te dar experiência de gestão, de trabalho técnico, de dia a dia com esse nível. Isso me motivou muito. Era o que eu buscava. Sou muito tranquilo em relação à gestão da minha carreira.
PV, segundo da esquerda para direita, celebra título no América do México
Mauricio Salas/Jam Media/Getty Images
- Tive algumas possibilidade de alçar voos para o futebol profissional dentro do Brasil. Mas sinto que passar por essa função de auxiliar, que tem uma quantidade de tarefas totalmente importantes, que atua como um segundo treinador, vai me preparar para ser um treinador ainda melhor. Me considero jovem - disse em entrevista por vídeo ao ge.
Não quero queimar etapas na carreira. Quero passar por todos os momentos, para quando tiver a oportunidade estar 100% preparado e seguir crescendo.
Paulo Victor atua no meio do futebol desde 2013, quando participou do processo de reestruturação das categorias de base do Novorizontino. O trabalho chamou a atenção do Palmeiras, onde teve sucesso no sub-15 em sua primeira passagem.
Entre 2018 e 2020, foi o treinador do sub-15 da seleção brasileira, o que o alçou a auxiliar de André Jardine nas Olimpíadas. Em outubro de 2021, acertou seu retorno ao Palmeiras para uma nova fase de títulos, desta vez com o sub-20. Entre outros, duas conquistas da Copinha e a tríplice coroa nacional, sendo campeão do Brasileiro, da Copa do Brasil e da Supercopa da categoria.
PV trabalhou nas categorias de base da seleção brasileira
Site oficial/Palmeiras
PV ainda destaca o aprendizado com uma característica específica da liga mexicana: o estilo de jogo ofensivo.
- Aqui é um jogo muito solto. Os treinadores em sua grande maioria são extremamente ofensivos, jogam para frente o tempo todo. Você pode estar ganhando um jogo por 3 a 0, aos 75, 80 minutos ele não está definido. É impressionante como buscam o gol, como são agressivos e têm um nível de intensidade altíssimo. Claro que existem exceções, de equipes defensivas. Mas o que me motivou foi isso, está sendo uma grande escola. Conviver com essas diferenças, preparar cada jogo sabendo que vai encontrar um cenário diferente. Tem sido enriquecedor.
Endrick e o sucesso da base do Palmeiras
O atual camisa 9 do time de Abel Ferreira conquistou a Copinha com apenas 15 anos, em 2022, sob o comando de Paulo Victor Gomes. O ex-técnico do futuro atacante do Real Madrid relembra as características que mais chamaram atenção na base.
PV destaca trabalho na base do Palmeiras e elogia Endrick
- A lembrança é da minha primeira passagem, o Endrick estava no sub-11, com 10 anos. Você já via o nível de personalidade. O quanto ele gostava e tinha prazer em jogar, o quanto que conseguia influenciar os companheiros, a conexão com o gol, que para mim é o principal atributo que ele tem. Jogador extremamente conectado com o gol, busca o gol a todo momento, está sempre bem posicionado.
PV ainda relata a mudança de filosofia dentro do clube para que as categorias de base passassem a ser exemplo no futebol brasileiro. Ele destaca o trabalho de João Paulo Sampaio, coordenador, e de técnicos do time profissional que abriram portas para crias do Palmeiras, como Vanderlei Luxemburgo.
Paulo Victor Gomes no Palmeiras
Fabio Menotti / Palmeiras
- Essa transformação de mentalidade, de cultura, começa em 2015 com a chegada do João Paulo. Subiu muito o nível de exigência de trabalho de campo, de captação de atletas. Qualificou-se muito isso. Muita cobrança para os profissionais envolvidos na formação desses jogadores. Isso leva um tempo, e creio que foi curto até no Palmeiras, pelo nível de excelência e profissionalismo. E depois os treinadores foram abrindo os espaços. A primeira leva explodiram no período do Luxemburgo, casos do Gabriel Menino, do Patrick de Paula, do Gabriel Veron, do Danilo, do Renan, entre outros. E aí depois vem a segunda leva de jogadores absorvida pelo Abel Ferreira.
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Agora com Lucas Andrade no comando, o time do Palmeiras avançou com 100% de aproveitamento na Copinha 2024 após goleadas sobre Queimadense, União ABC e Oeste. O adversário na próxima fase será o Sport.
