Augusto Melo trata negociação da antiga diretoria como medida eleitoreira; banco diz analisar A negociação entre Corinthians e Caixa Econômica Federal pela quitação do financiamento da Neo Química Arena é vista com desconfiança pela nova diretoria do clube. Augusto Melo, empossado presidente do clube na última terça-feira, trata o caso como uma medida eleitoreira tomada pela antiga gestão, de Duilio Monteiro Alves.
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Em comunicado emitido em 19 de novembro, o Corinthians falou que o acordo estava "encaminhado". Havia expectativa de que o acerto fosse celebrado ainda em 2023, o que não ocorreu.
– Perdi a eleição (de 2020) por alguns votos depois que anunciaram a venda dos naming rights. Agora tentaram (a quitação) com a Caixa e sabíamos que era impossível. Fui chamado de Pinóquio e vamos provar quem é Pinóquio. Ele (Andrés Sanchez) disse que mudaria de nome se não quitasse a arena até o dia 31. Vocês têm que cobrá-lo sobre mudar de nome – disse Augusto Melo.
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Um dos responsáveis pela negociação, o ex-presidente Andrés Sanchez rebateu Augusto Melo em contato com o ge:
– Este mês fecha. Fiquem tranquilos, ele vai se beneficiar e muito. E nunca falei que mudaria o meu nome, só disse que vai fechar, mas tem o tempo dos órgãos. O tempo vai dizer quem é o Pinóquio.
Em comunicado enviado ao ge, a Caixa disse que "está realizando a avaliação técnica da proposta apresentada pelo clube." Caso o banco aceite os termos, a renegociação ainda precisa passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU).
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Leonardo Sguaçabia
A proposta apresentada pelo Corinthians à Caixa visa assumir, com desconto, dívidas que o banco tem credores. Ou seja, o clube seguiria com um valor a pagar pelo estádio, mas menor que o atual: cerca de R$ 600 milhões.
Tal operação só se tornou possível depois do acordo firmado com a própria Caixa há pouco mais de um ano. Antes disso, o clube e o banco viviam disputa judicial, e a situação ainda incluía a construtora Odebrecht, que agora não faz mais parte do contrato.
Além disso, a nova proposta do Corinthians inclui os valores dos naming rights da Arena. Os pagamentos da Hypera Pharma iriam diretamente para uma conta da Caixa, sem nem passar pelo clube. Do ponto de vista do banco, isso daria uma maior garantia de recebimento.
Em 2020, o Corinthians vendeu os naming rights do seu estádio para a Hypera Pharma por R$ 300 milhões. O contrato, válido até 2040, tem uma arrecadação base de R$ 15 milhões por temporada, mas anualmente é corrigido pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado). O valor atual do acordo é de R$ 17,8 milhões por ano.
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