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Opinião: com Sérgio Soares e base campeã, Lusa evita fantasmas e mira Série D

Por Virtual Rondônia em 09/05/2022 às 10:37:17
Após título da Série A2 do Campeonato Paulista, elenco da Portuguesa volta aos treinos nesta semana focando na Copa Paulista, que começa no dia 3 de julho Fora de campo, a Portuguesa não parou e começou a renovar contratos logo após o título paulista da Série A2. Dentro dos gramados, o elenco entrou em férias e volta nesta semana para iniciar os treinamentos em preparação para a Copa Paulista.

Depois de retomar à elite estadual, a Lusa tem como desafio voltar ao cenário nacional. A depender da classificação final no Paulistão de 2023, o clube pode ficar com uma das três vagas na Série D do Campeonato Brasileiro da temporada seguinte.

Para conseguir voltar a disputar uma divisão nacional já em 2023, só há um caminho: ser campeã da Copa Paulista este ano. Quem fica com o troféu pode escolher entre uma vaga na Copa do Brasil ou na Série D do Brasileiro. O vice fica com a que sobrar.

Torcedores da Portuguesa no Canindé

Cristiano Fukuyama / Portuguesa

A Portuguesa, portanto, tem no segundo semestre mais um enorme desafio. São três grupos na primeira fase (dois de seis e um de cinco clubes). Jogos em turno e returno. Os dois primeiros de cada grupo, e os dois melhores terceiros colocados, avançam.

As fases de quartas de final, semifinal e final serão decididas em partidas de ida e volta, com vantagem de dois resultados iguais para a melhor campanha. Para tudo ter valido a pena, a Lusa tem de jogar até o dia 16 de outubro, quando a competição termina.

Os grupos são regionalizados, e a Portuguesa caiu ao lado de Água Santa, Juventus, Oeste, EC São Bernardo e São Caetano. A estreia está prevista para 3 de julho, um domingo, no estádio do Canindé. Arredondando, dois meses de preparação.

Juventus, Oeste e São Caetano disputaram a Série A2 junto com a Lusa. Deles, só o Oeste passou de fase. Caiu na semifinal. O time de Barueri está disputando a Série D deste ano e, portanto, tem um elenco já montado e que continua em atividade.

O Água Santa esteve na elite do Campeonato Paulista e conseguiu permanecer. Já o EC São Bernardo jogou a Série A3. Chegou muito perto do acesso, mas acabou eliminado na semifinal no último fim de semana. Serão esses os adversários na fase de grupos.

Desde que levantou a taça da Série A2, o executivo de futebol Toninho Cecílio não parou. Logo renovou os contratos do goleiro Wagner, do lateral direito Railan, dos zagueiros Barba, Luizão Silva e Naldo, do meia Daniel Costa, e do atacante Ligeiro.

Daniel Costa teve contrato renovado na Portuguesa

Dorival Rosa/Portuguesa

Somente Daniel Costa renovou até o fim do Paulistão de 2023. O restante fica até o término da Copa Paulista. O zagueiro Patrick, o meia Geovani e o atacante Gustavo França continuam com vínculo, mas foram emprestados ao ABC-RN para a Série C.

O lateral-esquerdo Eduardo Diniz decidiu ir para o São Bernardo FC, na Série D, assim como o atacante Will Viana, que foi para o Santo André. A baixa mais sentida pela torcida, porém, foi o atacante Luan, que vai defender o Floresta-CE na Série C.

Luan desejava permanecer para a Série A1 do Campeonato Paulista. A diretoria queria estender o vínculo apenas até o fim da Copa Paulista. Entre o torneio regional e uma divisão nacional, o jogador optou pela segunda opção. Legítimo de ambas as partes.

Entre os titulares na Série A2, ainda têm contrato o goleiro Thomazella, o lateral-direito Luís Ricardo, os volantes Marzagão e Tauã, e os atacantes Caio Mancha e Cesinha. Ou seja, permanece a estrutura do time que conquistou acesso e título.

E não parou por aí. A diretoria conseguiu manter a comissão técnica. Sérgio Soares renovou contrato até a Série A1 do Paulistão de 2023. Fica clara, portanto, a aposta na continuidade. Agora, a Lusa tem um trunfo a usar: a elite estadual.

Ainda não foram anunciadas contratações, que claramente serão necessárias. Um dos motivos é uma questão estratégica, já que vários clubes das séries C e D do Brasileiro em breve estarão eliminados, e jogadores qualificados ficarão livres.

Outro motivo é o lado financeiro, de um clube que ainda nem treinando estava e terá atravessado dois meses e meio sem bola rolando até a Copa Paulista. São duas lições que a Portuguesa aprendeu no passado, já que disputou o torneio cinco vezes.

A Lusa já errou ao contratar cedo e mal. Assim como já falhou ao trazer jogadores tarde demais, por economia, e pagou com eliminações na primeira fase. Já trocou de técnico e quebrou a cara. Já desfez o time todo por questões financeiras e não deu certo.

O clube foge desses fantasmas e claramente busca um meio termo. Terá uma comissão técnica que foi procurada até por clubes de Série B. E jogadores que toparam permanecer no Canindé mesmo com oportunidades de ir para a Série C e para a Série D.

Hoje a Portuguesa paga em dia, dá estrutura e pode oferecer uma renovação para a elite paulista em 2023 em caso de sucesso. Não será um atrativo para todos, mas tem sido para alguns. Fato é que o clube está mais próximo, mas ainda não está na Série D.

O acesso à Série A1 do Paulistão foi um primeiro e importantíssimo passo. O segundo é voltar o mais cedo possível à Série D do Brasileiro. No melhor dos cenários, em 2023 pela Copa Paulista. No pior dos cenários, em 2024 pela elite do Campeonato Paulista.

O cenário dos sonhos da torcida é a Lusa se livrar desses torneios em que só vale o acesso. Ou só vale o título. Isso vale para a Copa Paulista e também vale para a Série D, onde não há vaga garantida no ano seguinte em caso de eliminação em qualquer fase.

O caminho ainda é longo, tortuoso e para muitos improvável. Mas já esteve mais difícil, distante e quase impossível. A reconstrução, que começa fora de campo, depende de bola na rede. E a Portuguesa ainda precisará de algumas delas no curto prazo.

Que a diretoria mantenha a cabeça no lugar e consiga preservar a boa estrutura. Que a comissão técnica mantenha o bom trabalho e consiga acertar mais um tiro único. Que o elenco mantenha o espírito da Série A2 e consiga continuar a fazer história.

* Luiz Nascimento, 29, é jornalista da rádio CBN, documentarista do Acervo da Bola e escreve sobre a Portuguesa há 13 anos, sendo a maior parte deles no ge. As opiniões aqui contidas não necessariamente refletem as do site.

Fonte: Ge

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