Semana de pausa nos torneios internacionais pelo continente quer dizer semana cheia nos campeonatos nacionais: na Argentina o caos está oficialmente instaurado O San Lorenzo recebeu e venceu o problemático Boca Juniors no clássico da rodada. E fez joça do rival, claro. Isso porque, diga-se de passagem, o Ciclón é o ÚNICO time argentino que possui retrospecto positivo contra o Boca. Ou seja, ganhou mais do que perdeu. Daí o mote de PAPÁ, que o diário Olé fez questão de usar como trocadilho na capa de sua edição pós-jogo:
E antes mesmo de a bola rolar alguns atletas Xeneizes ficaram extremamente incomodados pela maneira muito afetuosa do goleiro Batalla cumprimentar, especialmente, os principais jogadores do time: ele distribuiu CATIRIPAPOS em Benedetto, Villa e Figal que, irritadíssimo, ficou olhando torto pro arqueiro.
Conta a história que dos 210 jogos entre ambos, são 83 vitórias do San Lorenzo contra 75 do Boca Juniors, além de 51 empates. A conta não fecha porque em 1990 ambos foram declarados perdedores numa partida em que um torcedor morreu durante o intervalo. Enfim, a conta oficial do Ciclón se lambuzou com o triunfo. Como na imagem com o resultado da partida: “ISSO JÁ SE VIU”.
Para olhares mais atentos e adeptos da SEMIÓTICA (?), na composição da foto, ainda há o precioso detalhe da faixa que aparece atrás do grupos de jogadores festejando: “A LENDA CONTINUA”.
Outras provocações foram menos sutis, como no caso da artimanha com as iniciais sobre Perrito Barrios:
Outras precisaram de tradução, ainda que mais ou menos fosse possível imaginar qual a intenção de tudo. Na foto de Andrés Vombergar, o San Lorenzo se deu ao trabalho de escrever em esloveno - pela origem familiar do jogador - "zgodovina se ponavlia", ou algo como "a história se repete".
Pra fechar essa série de santas cutucadas, um clipe ao som da música "Vos Sabés", do cantor cuervo Vicentico, que lá pelas tantas, em determinado momento da canção, diz assim: "o amor de um pai ao filho não se pode comparar".
Se o pós-jogo entre rivais foi intenso assim, imagine só o que pode acontecer depois de domingo quando o Independiente - absolutamente besuntado em querosene de aviação - receber o Racing que atravessa a rua riscando uma caixinha de fósforos.
Isso porque o Rojo viu seu presidente renunciar ao cargo depois de apenas seis meses de mandato. Em meio ao vazio e à crise, a torcida foi pra sede do clube protestar e exigir que eles levem isso a sério, oras. O vice, então, foi empurrado a assumir.
Néstor Grindetti, prefeito de Lanús, agora é também o mandatário do maior vencedor de Copas Libertadores. Só que aí tem um problema: o árbitro do clássico de domingo, Yael Falcón Pérez, era funcionário da prefeitura onde o novo presidente do Independiente é o chefe. Os torcedores do Racing começaram a levantar suspeitas de garantia e espalharam por aí que esse será o gol mais legal do Rojo no domingo:
Enquanto isso, no perfil oficial da Academia, nada de provocações prévias ao rival em crise. Apenas a publicação de uma doce lembrança recente.
Ainda no futebol que se comete na Argentina, ou pela Argentina seleção, no caso, se você está acompanhando o sul-americano sub-17, já sabe que Claudio DIABLITO Echeverri é a nova joia continental.
O garoto é da base do River Plate e tinha multa estipulada em 25 milhões de euros. Porém, depois do inferno que ele tornou a competição com seu talento, o River propôs um novo acordo e a multa pros interesseiros de plantão que tentarem sondá-lo com o sonho europeu passará a justíssimos 50 milhões de euros.
Neste meio de semana, o Rosario Central afundou um pouco mais o Independiente na lama ao vencer por 1 a 0 no Gigante de Arroyito.
Mas antes de sacramentar a vitória, Miguel Angel Russo, técnico do Central, perdeu a linha com o CARRINHO DA MACA que demorou para buscar seu zagueiro, lesionado. E na jogada seguinte, enquanto o central recebia atendimento fora de campo, o Rojo supostamente empatou numa falha de cobertura da defesa.
Supostamente porque todo esse PITI, toda essa bronca, toda essa raiva incontida, acabou sendo um puro exagero porque o VAR anulou o empate do Independiente.
Enquanto isso, na Colômbia, no metaverso dessa loucura toda, Paulo Autuori recebia críticas da imprensa de Medellín porque se mostrava CALMO e SERENO após a derrota do Nacional em casa. Com a classe que lhe é característica e essa mesma calma que lhe acompanha, Autuori deu uma aula comportamental em portunhol ao jornalista:
No Uruguai, uma publicação do presidente do Peñarol gerou uma onda de memes por parte da torcida do Nacional. Completamente indignado por um suposto pênalti não assinalado a favor de seu clube, Ignacio Ruglio divulgou uma foto de um jogador do Nacional, segundo ele, simulando um penal que, sim, foi marcado pela arbitragem.
Quando os torcedores do Bolso souberam do chororô presidencial, criaram "fosforito", um tosco personagem feito com palitinhos. Ao que parece, o sujeito é onipresente e explicaria muita coisa que não entendemos:
E pra fechar, uma aposta.
No jogo entre Guaraní e General Caballero, pelo campeonato paraguaio, Néstor Camacho estava pronto para bater um pênalti a favor do Guaraní quando foi interrompido pelo argentino Guillermo Hauché, do General Caballero.
O sujeito apareceu com uma moeda, apostou que Camacho erraria a cobrança e colocou o dinheiro em cima da bola. Entre surpreso, risos e incômodo, Camacho tirou a moeda dali e bateu o pênalti
que o goleiro defendeu. "Ele tinha me dito que apostava aquela moeda que iria errar a cobrança. Acho que ele ganhou a aposta".
A aposta, não o jogo. No final do encontro, Camacho conseguiu marcar e o Guaraní venceu por 3 a 1.
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