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Esporte

Vasco deve celebrar a retomada da capacidade de competir


O Vasco ainda não é um time pronto, e nem teria como ser a esta altura e após tantas transformações. Mas quando se soube que o clube passaria por tantas mudanças, fora e dentro de campo, conviviam a expectativa por investimentos e a cautela diante das naturais dificuldades para reconstruir um elenco quase inteiro. Hoje, o que o vascaíno pode comemorar é a retomada da capacidade de competir, algo que chegou até antes do que se poderia prever. A vitória sobre o Flamengo, se ainda não assegurou a classificação para a fase final do Estadual, fechou a série de confrontos contra os três rivais cariocas. E, nos jogos de mais exigência do ano, o time teve bons momentos em todos.

Neles, teve quase sempre uma identidade clara: uma formação fortalecida no centro do campo, uma imensa mobilização e a capacidade de retomar a bola para produzir ataques rápidos. É justo discutir se o andamento da temporada irá exigir que o time avance com novas formas de jogar. Aliás, o próprio Maurício Barbieri se caracteriza por um estilo mais expansivo. O caso é que, hoje, ao menos há um processo em andamento. Ainda inicial, mas há um ponto de partida. E com a fórmula empregada nos clássicos, o Vasco não foi inferior ao Fluminense - terceiro colocado no último Brasileiro -, embora tenha sido batido pelos gols de Cano. Contra o Botafogo, começara bem até construir o lance que resultou na expulsão de Adryelson, o primeiro dos dois alvinegros que receberam cartão vermelho, desfigurando o jogo. O Vasco venceu com merecimento. Até que veio o Flamengo, claramente o teste de maior exigência.

Nenê e Figueiredo comemoram vitória do Vasco sobre Flamengo

André Durão

Talvez o Vasco não fosse o melhor time da primeira etapa, embora tivesse seus méritos. Terminou o primeiro tempo com quatro finalizações contra 13 do Flamengo mas, a rigor, limitara as chances claras de um rubro-negro que, pela qualidade técnica, tende a construir muito. Maurício Barbieri, outra vez, adaptou seu time ao jogo. Lucas Piton vigiava Varela, o ala direito do Flamengo. Cabendo a Andrey, na maior parte do tempo, combater Éverton Ribeiro. Jair e Rodrigo tentavam controlar a entrada da área, por onde poderia se mover Arrascaeta ou Gérson, quando Pec trabalhava demais para perseguir Ayrton Lucas.

Um chute de Arrascaeta de fora da área acertou a trave, e um ataque rápido do Flamengo deixou Gabigol diante de Léo Jardim. Por vezes, a projeção de Thiago Maia ou o movimento dos atacantes deixava Rodrigo e Jair em inferioridade. Ainda assim, o Vasco defendia bem a área. Mas não conseguia tantos contragolpes perigosos. Quando Pedro Raul acertou a trave pela primeira vez, o fez numa iniciativa quase toda pessoal, transformando em perigo um lance de probabilidade não tão alta de gol. Depois, o atacante voltou a finalizar na trave um lance de bola parada.

Até o segundo tempo apresentar uma história bem distinta. O grande chute de Puma Rodríguez colocou os vascaínos em vantagem. O que não mudou, foi a clareza de ideias, a aplicação. E esta foi a mais notável diferença entre os rivais: o Vasco sabia exatamente o que pretendia executar, contra um Flamengo que se desnorteou com o gol sofrido e a perda de Thiago Maia no intervalo, obrigando Vítor Pereira a mudar o sistema.

O Flamengo teve volume, mas raramente deu a impressão de que superaria a aplicação defensiva do Vasco. Quando o fez, Léo Jardim interveio bem. E pior, a partir daí foi o time de Barbieri quem, num cenário de mais espaço, passou a andar mais perto do gol. Teve o pênalti perdido por Pedro Raul, e uma escapada de Nenê, lançado na segunda etapa.

Há outro bom motivo de expectativa para a torcida do Vasco: há jogadores ainda pouco utilizados e que podem elevar o nível da equipe. Marlon Gomes, que voltou lesionado do Sul-Americano sub-20, teve alguns minutos no segundo tempo contra o Flamengo. Também por lesão, Orellano, um dos reforços da temporada, jogou pouco até aqui. Sem falar na chegada do zagueiro Capasso, que também entrou no clássico, e de Andrey Santos.

Este último, merece um capítulo à parte na vitória deste domingo. Impressiona que, tão jovem, tenha tanta capacidade de executar diferentes funções. No primeiro tempo, foi preciso na marcação ao cobrir, preferencialmente, o lado esquerdo. Na segunda etapa, além de combater, foi essencial quando o Vasco precisou de um escape para sair de trás: tem enorme capacidade de conduzir a bola, dar os primeiros passes, aparecer no campo rival. A lamentar, somente, que sua nova passagem pelo clube vá ser breve.

O Vasco é um processo em andamento. Mas, em tempos de reconstrução e após temporadas traumáticas, cada triunfo como o de domingo tem também um valor moral, de autoestima. Não há como desprezar o valor que teve a noite de domingo para os vascaínos.

Ge

Globoesporte.com

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