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Réu iniciou discussão com a vítima porque ela não percebeu que o pneu do carro estava "descalibrado", segundo as investigações. Francisco Alves FilhoDivulgaçãoO policial civil aposentado Francisco Alves Filho, acusado de tentar matar a ex-mulher com tiros e facadas, vai à júri popular em Porto Velho. O réu iniciou discussão com a vítima porque ela não percebeu que o pneu do carro estava "descalibrado", segundo as investigações. O crime aconteceu em setembro de 2022, quando os dois ainda eram um casal. A vítima foi atingida em várias partes do corpo e socorrida em estado grave. Policiais e outras testemunhas relataram em juízo que no primeiro momento acharam que ela estava morta (relembre o crime no final da reportagem). Francisco deve ser julgado por tentativa de feminicídio, praticado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de violência doméstica. A data do júri ainda não foi marcada. O réu foi preso na madrugada de 24 de setembro - dia do crime - e permanece em prisão preventiva. O que diz a defesa?Ao g1, a defesa do réu informou que vai recorrer da sentença de pronúncia por não concordar com as qualificadoras impostas. O crimeAs investigações indicam que a discussão que motivou o crime começou quando a vítima chegou do trabalho e encontrou o réu ingerindo bebida alcoólica. Ele a culpou por não ter percebido que o pneu do carro estava "descalibrado". A mulher se trancou no quarto durante a briga e só saiu quando Francisco insistiu muito. Porém, assim que abriu a porta, começou a ser agredida e também foi atingida com um disparo de arma de fogo na barriga, de acordo com seu depoimento à Justiça. Ainda de acordo com a vítima, ela tentou se esconder novamente no quarto, momento em que o réu foi até a janela e fez outros disparos. Um dos tiros pegou seu pé. Por fim, quando ela tentou fugir, foi atingida com golpes de faca.Desesperada, a mulher ligou para o irmão. Segundo depoimento da testemunha, a entrada da casa estava bloqueada com o carro e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) precisou passar com a maca por cima do veículo, já que o réu se recusou a informar onde estava a chave. A vítima passou mais de uma semana internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou passar por cirurgia depois do crime. Os danos psicológicos também foram profundos: "ela chora, não consegue dormir à noite, tem muito medo de andar na rua", narrou o irmão da vítima.