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Indígena é atacado e comunidade denuncia agressões: "muitos foram mortos pela crueldade do não-indígena"


Vítima relatou ter sido alvo de xingamentos racistas e xenofóbicos, além de receber ameaça de morte. Representantes da comunidade Yakarerupa enviaram denúncia ao MPF sobre agressões sofridas pelo povo Guarasugwe. Indígena é atacado com golpes de remo na cabeça em RO

Divulgação

Um indígena da etnia Guarasugwe foi atacado com golpes de remo na cabeça enquanto pescava no rio Guaporé, em Pimenteiras do Oeste (RO), durante o fim de semana.

Segundo a denúncia feita pela comunidade indígena, o agressor proferiu xingamentos racistas e xenofóbicos, ameaçou a vítima de morte e a atacou pelas costas, mesmo que não houvesse qualquer reação aos insultos.

“Sai daqui da minha picada, aqui é meu, foi eu que fiz seu filha da p*** boliviano. Não sei o que essas praga [sic] faz aqui, esse bando de boliviano d*********, filho do cão. Se minha espingarda estivesse aqui eu te dava um tiro”, teria ameaçado o suspeito, de acordo com a denúncia.

A vítima sofreu um corte profundo na cabeça e também foi atingido em outras partes do corpo. O boletim de ocorrência narra que, mesmo desnorteado pela agressão e pela perda de sangue, o rapaz teve que se locomover sozinho até a cidade para pedir ajuda médica.

“O indígena estava pescando para alimentação de sua família, em um rio que passa no meio do território tradicional do povo Guarasugwe. O rio não é propriedade privada de nenhum pescador não-indígena”, aponta a denúncia.

Até a manhã desta segunda-feira (27), a vítima estava no hospital para fazer exames, mas deve ser liberada durante o dia. Não há informação sobre a prisão do suspeito.

Agressões recorrentes

Representantes da comunidade Yakarerupa, onde vive o povo Guarasugwe, enviaram uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo apoio com relação ao caso mais recente e outras agressões a que eles são submetidos.

“O fato ocorrido recentemente atinge todos nós. Hoje foi ele [a vítima], amanhã poderá ser outro parente, assim como na década de 60 muitos dos nossos foram mortos pela crueldade do homem não-indígena, pela ganância de ocupar terra/território tradicional”, consta na denúncia.

O povo Guarasugwe é transfronteiriço, ou seja, vive na divisa entre Brasil e Bolívia. Por este motivo, os representantes relatam que sofrem preconceitos ao serem tratados como bolivianos - de forma pejorativa - e não como indígenas.

“Ressaltamos que indígena é indígena em qualquer lugar do mundo”, apontam as lideranças.

A denúncia narra que, quando procurou ajuda da Polícia Militar (PM) para registrar o caso, o rapaz foi tratado como estrangeiro. O boletim foi registrado como Lesão Corporal e em nenhum trecho cita que a vítima é indígena.

G1 RO

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