Promessa inglesa tem sido principal jogador da seleção na Copa. Sob os holofotes e na mira de times como Real e Liverpool, tenta levar equipe à vitória sobre a França nas quartas O sorriso aparece aqui e ali, meio de canto de boca, nada espalhafatoso. Jude Bellingham tem apenas 19 anos, mas há quem o aponte como o “homem de 19 anos mais velho” que existe.
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O olhar sério, a mentalidade afiada e o espírito competitivo talvez não caibam no que se espera de um jogador tão jovem. Na Copa do Mundo do Catar, porém, ele parece não se importar com os holofotes que o colocam como o novo garoto de ouro da Inglaterra. Neste sábado, às 16h, é uma das armas de sua seleção diante da França, em busca das semifinais.
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Jude Bellingham é o grande destaque do time inglês no Catar. São dois gols, mas não apenas. Como o tão falado futebol moderno, é firme na marcação e extremamente habilidoso na armação de jogadas.
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Desde a estreia, na histórica goleada por 6 a 2 no Irã, o meia é apontado como o futuro de sua seleção. Badalado pela imprensa britânica e em alta no mercado da bola, se difere - e muito - de outros dois jovens que explodiram pela Inglaterra em grandes competições no passado recente.
Jude Bellingham durante a partida contra Senegal
Reuters
Ao brilhar tão jovem em uma Copa do Mundo, Bellingham fez a Inglaterra lembrar de Michael Owen, que estourou no Mundial da França, em 1998, e de Wayne Rooney, grande nome da seleção na Eurocopa de 2004, em Portugal. Aos poucos, os dois ex-jogadores pareceram sucumbir às expectativas. Jude, porém, alcança o estrelato depois de um caminho mais pavimentado que os seus antecessores.
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Bellingham foi revelado pelo Birmingham. Estreou no time profissional da equipe inglesa ainda com 16 anos, em agosto de 2019. Um ano depois, em julho de 2020, foi comprado pelo Borussia por 25 milhões de euros (R$ 136 milhões na cotação atual). No futebol alemão, não demorou a encontrar seu espaço.
Estreou em setembro de 2020 – e, de cara, com um gol. Foi assim que se tornou o mais jovem a marcar com a camisa do Borussia. Logo se tornou peça crucial no meio-campo do time alemão. Ganhou tanto respeito do técnico Edin Terzic que assumiu o papel de capitão na ausência de Hummels e Reus. Foi o treinador, inclusive, que talhou a frase lá do início desta matéria, sobre Bellingham ser o “o homem de 19 anos mais velho” que existe.
Jude Bellingham, da Inglaterra, de smoking
Reprodução
- Eu acho que, fora do campo, eu sou um cara legal. Mas, quando entro em campo, parece que algo meio que toma conta de mim, para ser honesto. Eu não tenho amigos ali dentro, a não ser os que usam a camisa da mesma cor que a minha. E todos que não estão usando meio que viram algo pessoal - disse o jogador recentemente.
É difícil não comparar. Entre Birmingham e Borussia, Bellingham já soma 150 partidas como profissional. São 21 jogos em Ligas dos Campeões, com seis gols marcados. Quando estourou pela seleção na Euro de 2004, Rooney, por exemplo, nunca havia disputado uma partida sequer em competições europeias pelo Everton, seu clube à época.
Torcida da Inglaterra canta "Hey, Jude" para homenagear Bellingham
Bellingham tem um perfil discreto. Após a vitória sobre Senegal, no último domingo, foi comemorar com os pais, Mark e Denise, nas arquibancadas. Ao voltar para o hotel, enquanto outros jogadores faziam a festa e arriscavam passos de dança, o meia apenas espiava no canto do salão.
- Eu não tenho esses movimentos, então deixei para os outros caras - brincou.
Nas redes sociais, porém, seus números dispararam. No Instagram, por exemplo, saltou de 3 para 4,5 milhões de seguidores em uma semana.
Gol da Inglaterra, Jude Bellingham
REUTERS/Paul Childs
O gol contra o Irã, na estreia do Mundial, colocou Jude em várias listas de recordes do English Team. Ele se tornou o segundo mais jovem a marcar pelos ingleses em Copas. Com 19 anos e 145 dias, fica atrás justamente de Michael Owen, que marcou em 1998 aos 18 anos e 190 dias. Além disso, foi o primeiro jogador nascido no século XXI a fazer um gol nas histórias dos Mundiais.
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Ao passar dos anos, Owen e Rooney admitiram que tiveram problemas para lidar com a pressão de serem alçados ao papel de ídolos tão jovens. Sofreram com lesões e não conseguiram mais alcançar o que se esperava deles. Bellingham, porém, diz não sentir o peso de ser cercado de expectativas.
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- Quando você está tão longe de casa como nós estamos, você às vezes se sente fora de contato com o que está acontecendo. Mas eu não quero estar o tempo todo no meu celular porque as pessoas falam muito. E tem um elemento de querer se desconectar e aproveitar o tempo com seus companheiros de time. Não é muito a minha ficar no meu telefone, olhando o Instagram e o Twitter, porque você pode ficar maluco – disse.
No confronto contra a França, Bellingham vai encarar Kylian Mbappé. O francês encantou o mundo na Copa de 2018, quando tinha apenas 19 anos. O meia da Inglaterra pode até não ser tão fulminante quanto o rival de sábado. Mas, ainda assim, já virou sonho de consumo de algumas das principais potências mundiais. Real Madrid, Liverpool e Manchester City, por exemplo, já teriam sondado o jogador. Ele, porém, tem o foco na bola.
- É um jogo gigante (contra a França). Todos têm sido jogos assim, mas acho que esse é um pouco mais. Acho que por nos enfrentarmos tão cedo no torneio. Acho que as pessoas esperavam que esse jogo fosse um pouco mais adiante. Mas vamos jogar e estamos ansiosos para que seja um grande teste.
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