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As questões que Tite precisa resolver no meio de campo do Brasil


Análise tática da derrota para Camarões, por 1 a 0, na Copa do Mundo O Brasil perdeu para Camarões, por 1 a 0, na última rodada do Grupo G da Copa do Mundo, e confirma que esse Mundial é mesmo o das zebras, com o Japão superando Espanha e Alemanha, a Arábia vencendo a Argentina e a Tunísia com vitória sobre a França.

Não tem moleza. Não há jogo fácil. É um choque de realidade num futebol globalizado e mais nivelado. De fato, não há mais bobo. Então quais as lições que o Brasil pode tirar de sua primeira derrota na fase de grupos desde 1998?

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Em primeiro lugar, a de manter a calma. O time que jogou foi o reserva. A derrota veio nos acréscimentos, após muitas chances desperdiçadas. A seleção sofreu quatro chutes a gol e um entrou, numa bola em que Ederson poderia ter pulado. Resultado atípico, sim, e dolorido.

A segunda lição é de que o ajuste a ser feito está no meio de campo. O Brasil não conseguiu jogar bem com Rodrygo na função de Neymar. Fred e Bruno Guimarães não conseguiram executar bem a função de Paquetá. Falta acerto de passe e calma na construção das jogadas.

MEIO DE CAMPO JOGOU DA MESMA FORMA QUE O TIME TITULAR

O time reserva do Brasil jogou da mesma forma que o titular. Anthony e Martinelli abriam o campo, Jesus prendia a defesa e Rodrygo jogou entre as linhas de Camarões, como Neymar fazia. A diferença foi a presença de Daniel Alves mais por dentro, junto de Fabinho e Fred. Danilo fez essa função contra a Sérvia, e Militão ficou mais atrás contra a Suíça.

Meio de campo com Daniel Alves mais próximo dos meias

Reprodução

A defesa saía bem, com o acréscido de Ederson jogando com os pés. Martinelli foi o melhor e Antony tentou muito. O que não funcionou foi a configuração do meio de campo. Num futebol coletivo, é injusto uma avaliação totalmente individual - por isso o problema mora no coletivo, nos momentos que os jogadores não conseguiram fazer.

Com Fabinho mais próximo da saída de três, Fred e Rodrygo tinham a missão de tabelar e jogarem próximos. Faltou acerto de passe e entendimento dos espaços a serem preenchidos. Fred jogou muito de costas e errou alguns domínios, prejudicando a conexão com o ataque. Rodrygo preenchia o espaço, mas esperava muito quando a bola não chegava.

Rodrygo: sozinho na entrelinha, pouco conseguiu criar jogadas

Reprodução

É muito diferente de quando Neymar e Paquetá jogam juntos.

O entendimento entre os dois cria tabelas rápidas e envolventes e a bola chega nos pontas mais redonda. Há inversões de posições, trocas, toques rápidos que exploram o jogador que se desloca nas costas do oponente. Com Fred e Daniel Alves sem conseguir armar, restou a jogada pelos lados.

INVERSÕES DE LADO FUNCIONAM

Gabriel Martinelli foi o melhor do jogo. Como o meio de campo estava vazio, ele mantinha o posicionamento e muitas vezes era o único a receber com condições de avançar. Fez vários cruzamentos, tentou jogadas individuais. Antony fez o mesmo na primeira etapa, mas caiu de rendimento no segundo tempo.

Inversões de jogo foram a melhor arma no primeiro tempo

Reprodução

BRASIL CAI DE RENDIMENTO NO 2º TEMPO

Tite viu bem que o problema estava no meio de campo. Lançou Bruno Guimarães no lugar de Fred e Éverton Ribeiro no lugar de Rodrygo. O time piorou. Não por uma questão técnica - todos os convocados são grandes jogadores e merecem estar lá. Por uma questão técnica.

O Brasil simplesmente errou tudo o que tentou. Bruno Guimarães errou cinco finalizações. Ele faz o movimento correto - ocupa um espaço correto, que é a tática. Mas erra a finalização, o toque com a bola. Éverton Ribeiro conseguiu se movimentar melhor que Rodrygo, mas errou passes na distribuição que não erra no Flamengo.

O Brasil inteiro errou tecnicamente o que não errava há anos. Aprendeu uma velha e eterna lição: quem não faz, leva. A França é a favorita para a Copa e perdeu para um time pior que Camarões com seus reservas. Portugal levou a virada com reservas.

Há problemas a serem resolvidos. Eles estão na meicua. Tite precisa corrigir a movimentação de Fred e Rodrygo enquanto Neymar não volta, ou confiar que Paquetá conseguirá dar a consistência defensiva que a Coréia do Sul vai exigir nas oitavas. Não caia na tentação de que será um jogo fácil. Essa é a Copa do Mundo das zebras.

Ge

Globoesporte.com

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