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Esporte

É loucura esperar por Germán Cano na Copa do Mundo, e isso é uma pena (em especial para os argentinos)


Com o triplete sobre o São Paulo, atacante argentino chegou aos 24 gols no Brasileiro. Na temporada, já são 42 gols e vários recordes quebrados. Não há sequer uma perna de asterisco na conquista do Palmeiras -- time mais completo e competitivo do campeonato, levantou o Brasileiro nadando em largas braçadas. Na categoria Entretenimento e Euforia, no entanto, cabe uma menção especial ao Fluminense, pois nenhuma equipe causou tanta empolgação entre Os Alheios, a maior torcida desorganizada do Brasil. Sob o comando de Fernando Diniz, os tricolores tiveram exibições de gala que garantiram vitórias convincentes e também algumas derrotas retumbantes. Tudo isso, afinal de contas, é parte do dinizismo, essa filosofia de valores inegociáveis.

Pois bem. Se o Fluminense funciona, sob o comando de Fernando Diniz, como uma engrenagem sincronizada, toda essa torrente de emoções e triangulações desemboca em um homem especificamente: o implacável Germán Cano, 34 anos, que faz gol com mais facilidade do que a maioria dos cidadãos consegue caminhar e assoviar ao mesmo tempo. Com os três marcados na avalanche tricolor sobre o São Paulo, na tarde de sábado, chegou aos 24 pelo Brasileiro, competição da qual é artilheiro isolado. Na temporada, são 42 gols e recordes quebrados em cima de outros recordes passados.

Quando estamos ainda naquela primeira fase do sono, em que todos os sonhos são possíveis, e nos assalta algum susto antes do desabamento, por instinto soltamos alguma pernada a esmo, um coice aleatório entre lençóis. Com Germán Cano, aposto que a situação é diferente: mesmo quase inconsciente, ele mete o travesseiro na gaveta (no caso, a moldura da janela). Um jogador que serve apenas como meio para que a bola alcance sua plenitude, que praticamente psicografa gols, é o homem mais precioso em um campo de futebol. E não é de hoje: desde os tempos de Independiente Medellín, o argentino naturalizado colombiano é íntimo e assíduo frequentador das redes. Na Colômbia, foi artilheiro e campeão. Ainda hoje é ídolo.

Fernando Diniz tem razão quando diz que Germán Cano teria mais chances de jogar a Copa do Mundo se estivesse atuando na Argentina. O Brasil é um mercado muito valorizado e tem o principal campeonato do continente, mas é normal olhar para o terreno de casa com mais carinho, e assim faz Lionel Scaloni, técnico argentino. No entanto, mesmo com concorrentes de grosso calibre, pelo que o campo hoje autoriza, não seria nenhum desvario imaginar Cano desembarcando no Catar para ajudar a Albiceleste a conquistar o título que não vem há quase quarenta anos. Até porque o Germán Cano de 2022 certamente não faria a mesma coisa que fez o Gonzalo Higuain de 2014 em frente ao goleiro da Alemanha.

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