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Esporte

Sem a camisa 10: Pia distribui liderança na Seleção com ausência da capitã Marta na Copa América


Jogadora sofreu lesão no joelho em março e segue em recuperação. Tainara lamenta, mas ressalta: "Quando se trata de seleção a responsabilidade é igual para todas" Depois de quase 20 anos, Seleção disputa primeiro torneio oficial sem Marta

O Brasil vai para a Copa América com uma ausência importante. Em março, Marta sofreu uma lesão grave no joelho, passou por cirurgia e ainda está em processo de recuperação. Com ela fora, Formiga aposentada da seleção, e Cristiane preterida das convocações, o Brasil vai pela primeira vez para uma competição oficial sem um dos seus três expoentes desde 1995. Além da qualidade técnica de seis vezes melhor do mundo, a camisa 10 também é uma liderança no grupo e, por isso, a capitã da equipe quando está nas convocações. Com a jogadora do Orlando Pride fora, a técnica Pia Sundhage trabalha para que o papel seja dividido entre o grupo.

- Se você olhar para as estrelas nos bons velhos tempos Formiga, Marta, Cristiane. Para mim foi um prazer estar perto delas. Infelizmente Marta, agora, está lesionada, mas isso dá ao time a chance de fazer algo diferente. Você não pode confiar em uma jogadora, isso nunca vai acontecer, mas precisamos de algumas líderes para dar o passo e acho que são líderes em potencial e acho que também é importante que a equipe reconheça isso e nós incentivemos porque a dinâmica é diferente. É diferente sem Marta. Neste caso vamos olhar isso como algo positivo e quando a Marta voltar diremos que também é diferente e será positivo. O futebol é um esporte de equipe, precisamos de líderes e acho que neste time temos líderess. Só precisamos ser pacientes para esperar que eles avancem - afirmou a técnica Pia Sundhage.

Jogadora importante no grupo da treinadora, Antonia relata que Pia tentar sempre fazer com que as atletas acreditem que são capazes de exercer a liderança. Ela lembra que até mesmo foi surpreendida quando a comandante lhe deu a braçadeira em um dos jogos. Ressalta ainda que além de Marta, jogadoras como Tamires e Debinha têm esse papel até pela experiência com a camisa do Brasil.

- Isso é algo também que a Pia vem mudando bastante. Ela acredita que todas nós somos capazes de exercer liderança. É algo que ela tenta modificar. Tanto que é imprevisível. Quando fui capitã eu jamais esperaria isso dela, mas foi algo que sem você perceber ela está te trabalhando e aí quando você recebe essa meta você se sente capaz porque ela te prepara para isso. Vejo que ali no momento todas estão preparadas, estão se sentindo muito à vontade. Creio que todo mundo ali dentro de si tem um pouco de liderança. Mas com certeza quando se tem uma Marta, uma Tamires, a Pia faz ter a experiência e poder passar para nós. Quando tem Tamires, Marta, Debinha ela sempre tenta passar essa "responsabilidade" para as meninas pela experiência que elas têm para que a gente possa ir ganhando isso junto com elas afirmou a atleta da seleção brasileira - diz Antonia.

Considerada uma das mais experientes do grupo que vai à Copa América, Rafaelle acredita que tanto ela como Tamires e Debinha carregam um pouco dessa responsabilidade de dar tranquilidade às mais novas. Mas ressalta que não há uma liderança igual ao papel que Marta exerce quando está com a equipe.

Acho que essa questão da liderança é bem dividida. Depende muito do setor. Tem a zaga, ataque, meio. A Pia sempre estimula a gente a estar falando durante os treinos. Acho que não tem essa líder como a figura da Marta. Ela ausente a gente se divide bem nessa liderança, mas estou nesse meio das mais velhas. Eu, Tamires, Debinha temos um tempo de seleção maior do que as meninas que estão chegando agora e cabe também a gente passar um pouco da nossa experiência. A gente carrega um pouquinho dessa responsabilidade para passar para as meninas mais novas até para elas terem tranquilidade na seleção brasileira e nesses grandes campeonatos. Pesa um pouquinho essa questão da liderança, mas ela está bem mais dividida com a ausência da Marta - afirmou Rafaelle.

Aos 23 anos e com 14 jogos pela seleção principal, Tainara acredita que a mistura de gerações será importante para a disputa da competição sul-americana. Titular na zaga ao lado de Rafaelle, a atleta lembra da relevância de Marta e sua qualidade, mas ressalta que, quando se trata de seleção brasileira, todas precisam encarar de forma igual a responsabilidade.

- Não é dúvida para ninguém a grandiosidade da Marta na seleção e no futebol feminino. Sem dúvida nenhuma ela faz falta para a gente e vai fazer falta nessa Copa América, nossa melhor jogadora, nossa camisa 10, nossa estrela. Mas temos outras jogadoras com muita responsabilidade, todo elenco quando se trata de seleção a responsabilidade é igual para todas. Mas claro que temos pessoas que têm mais esse perfil com mais liderança, muitas atletas com esse perfil e para nós facilita muito ter atletas com esse perfil, atletas com mais experiência, atletas mais novas, está um mix de gerações e eu acho que vai dar muito certo porque tanto as atletas experientes têm muito a oferecer quanto nós atletas da nova geração temos muito a oferecer. Acredito que é algo que vai dar certo no Brasil, já está dando certo e acredito que a sequência vai ser muito boa - afirmou Tainara.

Assumindo uma posição muitas vezes criticada na seleção brasileira, Lorena lamenta não poder contar com a camisa 10 na lista final para a disputa, mas acredita que a ausência fará com que o time se una mais ainda para buscar o títlulo do torneio.

- Com certeza vai ser ruim jogar sem a Marta. Além de ser uma das referências no futebol mundial, a Marta é muito companheira, ajuda nos momentos difíceis, está nos momentos bons também. Ajuda muito a equipe, consegue se comunicar através do olhar, da fala. Então isso ajuda muito a gente nos momentos difíceis. Tem várias jogadoras que assumem esse papel com naturalidade ali. Vai ser bem difícil jogar sem a Marta, mas tem outras jogadoras que que tenho certeza vamos conseguir dividir esse papel. Não que vá ficar mais fácil , mas tenho uma visão de que a gente vai se unir mais e vamos dividir esse papel para que independente se for uma ou duas líderes a gente possa fechar o grupo ali e ir atrás dos objetivos - afirmou Lorena.

Marta não estará presente, mas ligada na equipe. A jogadora fez questão de ressaltar que as atletas devem dividir a responsabilidade e coloca isso como algo positivo para o desafio da seleção brasileira. Salientou a importância de cada uma que foi escolhida pela técnica Pia Sundhage.

- Quero parabenizar as atletas que foram selecionadas para jogar essa competição internacional, pedir que joguem com muito amor, garra, muita união principalmente. Dividam essa responsabilidade boa, pois tantas outras atletas gostariam de estar aí representando o Brasil e você foram as escolhidas. Aproveitem! Estarei aqui de longe torcendo e jogando junto com vocês - afirmou Marta ao ge.

O Brasil estreia diante da Argentina no próximo dia 9 de julho, às 21h30 (de Brasília), em Armênia, na Colômbia - SporTV transmite ao vivo e o ge acompanha em tempo real. A Seleção está no Grupo B, que também conta, além das argentinas, com Peru, Uruguai e Venezuela.

>> Confira a tabela da Copa América feminina

Pia quer que atletas dividam a responsabilidade

Lucas Figueiredo/CBF

Ge

Globoesporte.com

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