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Sobre(viver) através de arte: artista gay e negro encontrou na fotografia identidade, força e salvação em RO


Série do g1 conta a história de pessoas da comunidade LGBTQIA+ que se descobriram através da arte. Matheus Fideles encontrou na fotografia uma salvação

Matheus Fideles

O amor pela fotografia é algo que nasceu com o Matheus Fideles, como ele descreve. E cresceu até se tornar o seu trabalho, forma de expressão e peça fundamental no processo de autoconhecimento enquanto um homem gay e negro em Rondônia.

“Meu trabalho foi o meu jeito de me firmar, me potencializar e me dar força. Minha arte me salva e me deixa uma pessoa mais forte”, aponta.

A relação do Matheus com a fotografia é parte da série "Sobre(viver) através de arte", produzida pelo g1 para contar histórias de jovens rondonienses da comunidade LGBTQIA+ que utilizam a arte para expressar a própria identidade, medos, desejos e vivências.

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Fotógrafo desde sempre

"Eu tenho memórias muito vívidas da primeira vez que eu vi uma câmera, que era da minha mãe. E eu era uma criança muito curiosa, com interesse em aprender a mexer nela".

Essa curiosidade se desenvolveu ao longo dos anos, junto com Matheus. No ensino médio, quando os estudantes colocavam na farda a futura profissão, a dele carregava o título de fotógrafo.

Fotografia feita em ensaio por Matheus Fideles

Matheus Fideles

O jovem chegou a iniciar o curso de jornalismo, onde aprendeu as técnicas da fotografia através da disciplina de fotojornalismo, mas abandonou a formação para se dedicar totalmente à paixão.

'Eu dei uma pausa para me dedicar a fotografia e isso me arrebatou de um jeito que eu não consegui fazer mais outra coisa".

Fotografia e Identidade

Matheus atua como fotógrafo profissional há cinco anos. Ao longo desse tempo, ele viu o sonho se transformar em sua principal fonte de renda.

"Hoje em dia eu vivo somente disso. Eu me sinto muito orgulhoso, porque foi algo que desde o começo eu fui construindo aos poucos e hoje eu consigo me manter 100% do meu trabalho com fotografia".

Em meio a ensaios de gestantes, noivas e coberturas de eventos como aniversários, casamentos e festivais, o fotógrafo encontrou também a cobertura em que mais se identifica: festas voltadas à comunidade LGBTQIA+.

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Matheus Fideles

"Lá eu consigo explorar a minha criatividade, porque são sempre festas temáticas e eu sempre tento retratar o tema nas fotos. Sempre tento trazer essa questão de liberdade que as pessoas sentem na festa, que fique evidenciado o quanto as pessoas estão ali gostando e eu também estou gostando de estar ali".

"Quando eu fotografo festas, realmente eu estou falando com o meu público e mostrando o meu público. Então é bem diferente de tudo que eu faço, porque eu estou fotografando pessoas como eu".

Matheus se encontrou na cobertura de festas LGBTQIA+

Matheus Fideles

'Fotografia é memória'

Ao falar sobre o poder da fotografia, Matheus relembra que o ser humano é movido também por lembranças e sempre teve a necessidade de registrar o que acontecia ao seu redor, de guardar memórias.

"Eu acho que a fotografia é um dos jeitos mais lindos que a gente tem de poder registrar as nossas lembranças porque são elas que vão acompanhar a gente até o fim da nossa vida.Tem essa magia de resgatar coisas que talvez, sem ela, a gente não lembraria".

Além disso, a arte foi uma forma que ele encontrou de conseguir se relacionar com a família.

Fotografia foi também um processo de autoconhecimento para Matheus

Matheus Fideles

"Quando a gente fala sobre orientação sexual a gente fala sobre família também, porque sempre é um desafio. A arte contribuiu para melhorar tanto meu círculo familiar e a relação com os meus pais, quanto para me entender como ser humano. Tudo isso é um processo de autoconhecimento muito forte, ser gay e ser fotógrafo".

A existência LGBTQIAP+ através da arte

Você acha que a arte tem um significado especial para pessoas da comunidade LGBTQIA+?

“Através da arte podemos nos expressar e criar muitas possibilidades pra nossa vida. Não é à toa que estamos vivendo a ascensão das drags no mundo, que cantam, dançam e levam a voz da comunidade mundo afora. E fotografia é minha ferramenta de expressão onde eu posso mostrar o que quero pro mundo e também ocupar diversos espaços na sociedade".

*No próximo (e último) episódio da série "Sobre(viver) através de arte”, o g1 conta a história de Eryle Aguiar, mulher pansexual, artista plástica, indígena, autista, poeta, dançarina e atriz.

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