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O Vasco não tem nada a perder com Fernando Diniz

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Por Virtual Rondônia em 09/05/2025 às 10:49:46
Técnico é uma aposta arriscada. Que bom que seja… Seleção repercute contratação de Fernando Diniz: "Me parece que é alguém que já chegou com data de validade no Vasco"

"When you got nothing, you got nothing to lose", escreveu Bob Dylan em 1965, durante uma crise que o fazia considerar o encerramento precoce da carreira – mas que acabou resultando na letra de "Like a rolling stone", uma das maiores músicas que a humanidade já concebeu. É uma forma otimista de ver a desgraça: "Quando você não tem nada, você não tem nada a perder".

O Vasco não tem nada a perder em idos de 2025. Não tem técnico, não tem esquema de jogo, não tem time titular, não tem perspectiva, não tem comando. Foi nesse contexto que o clube acertou a contratação de Fernando Diniz, uma escolha sempre controversa – pelo tanto que o treinador mobiliza apoiadores e (especialmente) críticos.

Diniz é uma aposta arriscada. E, no caso do Vasco, que bom que seja. É preciso tentar alguma ruptura, é preciso buscar algo diferente, sob pena de ser reconduzido ao inferno pelo mais do mesmo.

O Vasco é um dos piores times entre os grandes brasileiros – em um patamar parecido com o de Grêmio e Santos, duas equipes que vivem uma tentativa desesperada de reconstrução. Pedrinho, presidente do clube, estava errado quando disse que o elenco cruzmaltino é um dos oito melhores do Campeonato Brasileiro. Acredito que esteja entre os oito piores.

E, mesmo assim, as atuações são inferiores às possibilidades do elenco. Se o grupo é ruim, o time se mostra ainda pior. A derrota de 4 a 1 para o Puerto Cabello, da Venezuela, foi o fundo do poço em mais um semestre perdido – e um símbolo de um clube que às vezes parece esquecer o tamanho que tem, os títulos que coleciona, o gigantismo de sua torcida.

Fernando Diniz em entrevista ao Abre Aspas

Marcos Ribolli

Fernando Diniz, por ser muito diferente dos demais, traz consigo a capacidade de reiniciar o jogo. Com ele, o Vasco vai recomeçar. Pode dar muito certo, como foi no Fluminense, ou muito errado, como foi no Cruzeiro. Mas se ficar na média da carreira, já bastará para livrar o time do rebaixamento – hoje, uma possibilidade bastante verossímil.

É preocupante, porém, o descompasso entre a paciência que o trabalho de Diniz pede e a urgência que o momento do Vasco exige – como aconteceu no Cruzeiro, que queria respostas rápidas aos investimentos feitos. Com jogos a cada três dias, o treinador terá dificuldade para trabalhar seu estilo de jogo. Só encontrará tempo a partir do fim do mês, com a combinação da Data Fifa e da pausa para o Mundial de Clubes. Até lá, vai do jeito que der.

Ao Abre Aspas, Fernando Diniz comenta passagem pela Seleção e carreira no futebol

A boa notícia para Diniz é que ele estará amparado em uma convicção de Pedrinho. O presidente do clube é um admirador confesso do treinador – o que me faz questionar por que Fábio Carille, com estilo muito diferente, era o técnico do Vasco até duas semanas atrás.

Do ponto de vista de Diniz, assumir um time desacreditado em um clube tão grande representa uma oportunidade interessante de carreira. Ele também tem pouco a perder. E vive um momento da carreira em que precisa de um bom trabalho – depois do fracasso no Cruzeiro, da derrocada pós-título da Libertadores no Fluminense e da curta passagem pela seleção brasileira.

Fonte: Ge

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