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Treinador da seleção brasileira revela estratégias da CBF para preparação de 2025, como a integração com comissões técnicas da Série A1, e reforça necessidade de aproximar torcedores do país Arthur Elias prevê impacto da Copa do Mundo de 2027: "Será uma revolução"Nada será como antes para o futebol feminino depois da Copa do Mundo de 2027 no Brasil. Essa é a aposta de Arthur Elias. Em entrevista exclusiva ao ge, o técnico da seleção brasileira falou sobre a importância de fidelizar os torcedores que se aproximaram com a conquista da prata nas Olimpíadas de Paris, as estratégias da seleção para o ano e o foco da preparação para a Copa América no Equador.+ ?Clique aqui para seguir o novo canal ge Futebol Internacional no WhatsAppEu tenho certeza que a Copa do Mundo de 2027 vai ser uma revolução no nosso futebol feminino e no esporte feminino no Brasil como um todo. O calendário fica parado para acompanhar o Mundial. O torcedor vai estar presente, vai torcer muito, e vamos usar essa atmosfera a nosso favor para conseguir nosso objetivo. Mas é claro que até lá precisamos preparar o nosso torcedor, para conhecer as nossas jogadoras, se identificar e ter orgulho da Seleção. É uma missão nossa."Arthur Elias comanda primeiro período de treinos da seleção feminina em 2025 na Granja ComaryIsabela ReisO primeiro encontro da Seleção em 2025 foi entre os dias 17 e 26 de fevereiro, na Granja Comary, região serrana do Rio de Janeiro. Arthur Elias fez a primeira convocação desde os amistosos contra a Austrália, em novembro do ano passado, e trouxe novidades para o novo ciclo. + Ranking da Fifa feminino: Brasil perde uma posição, e EUA seguem na liderançaA CBF convidou técnicos e comissões dos 15 clubes brasileiros da Série A para acompanharem o período de treinamentos. Arthur Elias explicou a importância dessa relação para a evolução do futebol feminino no país, como uma oportunidade de compartilhar parâmetros e dados das atletas e da qualidade do jogo.— Essa interação com os profissionais dos clubes foi fantástica nesses dias, porque existe uma troca da seleção com os clubes e uma troca entre os times. São quatro dias de convivência, em que eles podem criar um ambiente muito mais favorável pro desenvolvimento da modalidade. Eu abri totalmente o modelo de jogo e as ideias centrais para que os clubes entendam como a gente trabalha e o que é importante pro futebol feminino em nível internacional — contou o técnico.Comissões técnicas de 14 dos 15 times da Série A1 do feminino acompanharam o período de treinos na CBFRafael Ribeiro/CBFOutra diferença em relação a antigas convocações é que esta não contou com duelos amistosos. A estratégia do período só de treinos era possibilitar que o comandante convocasse um número maior de atletas e pudesse fazer mais testes. Arthur explicou que essa escolha também se baseou no período que as jogadoras vivem, já que muitas estão na pré-temporada com seus clubes, ou seja, em baixa atividade competitiva. + Prata em Paris, Lorena celebra momento da carreira e garante: "Olimpíadas ficam em 2024"Segundo ele, a Granja foi o lugar perfeito para uma "imersão 24 horas por dia" entre jogadoras e comissão técnica. E possibilitou que a delegação desenvolvesse a identidade e a unidade da seleção brasileira, além de realizar experimentos no sistema tático. A aposta dele é que quem assistir aos próximos jogos da Seleção poderá notar variações no modo de jogar e na disposição da equipe.+ Fifa irá realizar torneio para clubes campeões continentais femininos a partir de 2026; Mundial será em 2028— O processo é sempre de evolução e de trazer elementos novos. Eu acredito que o futebol hoje em dia precisa disso, essa evolução tática é fundamental para você ser uma seleção que menos previsível. Todos estudam muito, estão com muitas ferramentas. Estrategicamente, sempre pensei dessa maneira, preciso ter um equilíbrio para desenvolver a identidade da equipe, o modelo e o plano de jogo.Arthur Elias na primeira convocação de 2025, na Granja ComaryRafael Ribeiro/CBFO Brasil tem um grande compromisso em 2025. Em julho, a Seleção disputará a Copa América Feminina, torneio realizado no Equador e que vale vaga para os Jogos Olímpicos de Los Angeles. Essa será a quarta competição oficial de Arthur Elias no comando da equipe, tendo duas medalhas de prata (Copa Ouro Feminina da CONCACAF e Olimpíadas) e uma de bronze (Copa SheBelieves) no currículo. + Relembre a conquista da prata nos Jogos Olímpicos de Paris— A pressão vem junto com o otimismo, então ela acaba se diluindo. Porque quando a gente cria um ambiente em que a Seleção tem um resultado expressivo como teve, não só a atmosfera em volta melhora, mas os torcedores apoiam mais, a imprensa que divulga mais. Isso vai criando uma confiança cada vez maior no grupo internamente e uma certeza que o caminho está bem estabelecido.Trajetórias marcadas não só pelo bom desempenho da Seleção em campo, como pelo grande apoio da torcida. Na visão do técnico, a presença dos torcedores será ainda mais fundamental para a seleção feminina nos próximos anos. Em especial, porque o Brasil terá a Copa do Mundo de 2027 em casa.+ Antonia vê mais respeito pelo Brasil depois das Olimpíadas: "Mudou muito a visão lá fora"Antes da Copa América, a seleção brasileira enfrentará os Estados Unidos, em dois amistosos em abril, e a Jamaica, com dois jogos em junho em território brasileiro. A equipe ainda terá partidas no segundo semestre, cujas adversárias ainda não foram definidas. — O apoio da torcida é o que todos nós queremos, porque reflete a evolução do futebol feminino, o merecimento delas num país que é tão apaixonado pelo futebol. Vamos ter mais Datas Fifa aqui no Brasil, em vários lugares diferentes, nem sempre na mesma região. A gente está confiante de que esse apoio vai crescer cada vez mais até lá (2027) — concluiu Arthur. Arthur Elias detalha estratégia da CBF de chamar comissões de clubes para Granja