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Para a torcida, a atuação colorada no clássico mostrou-se uma resposta convincente às necessidades históricas que esta edição do Gauchão apresenta. Grêmio x Internacional - Melhores MomentosA véspera do Gre-Nal trazia algumas impressões. Por exemplo, que o Grêmio, sob o comando do recém-chegado Gustavo Quinteros, mostrava o futebol mais vistoso do campeonato, com frequentes goleadas sobre os times do interior. Também apontava que Roger Machado ainda não conseguia repetir o desempenho que levou o Inter a uma campanha espetacular no segundo turno do Brasileirão passado. Mas o clássico é aquele momento de exigência extrema em que o potencial de cada time é realmente posto à prova -- na prática, a atuação no jogo de sábado pode significar o começo de temporada para os colorados.Jogando em ambiente hostil contra um adversário certamente enfezado devido às quatro derrotas consecutivas no clássico, a equipe de Roger Machado foi superior durante praticamente toda a partida. Exceto na derrota contra o Juventude, na última quarta-feira, o sistema defensivo gremista havia sido pouco exigido no campeonato, e de repente se viu precisando encarar Wesley, Alan Patrick, Wanderson e Borré. Uns jogaram mais que outros, mas todos eles juntos conseguiram impor um calor permanente na zaga tricolor.O futebol coletivo de bom nível enfim demonstrado certamente caiu como bálsamo para Roger Machado, mas não foi a única das notícias bem-vindas após o clássico disputado na Arena. No âmbito individual, nomes que precisam de afirmação corresponderam à altura do compromisso, como o zagueiro Victor Gabriel e o lateral-direito Braian Aguirre (que precisa encarar a dura missão de substituir Bruno Gomes, um dos destaques da temporada passada). E, obviamente, acima de todos, ergueu-se a maior notícia de todas, uma notícia recorrente: a atuação de Fernando, um monstro em campo. Aos 37 anos, é o homem que hoje faz todo colorado sensato elaborar fórmulas, receitas e simpatias para subtrair dez anos desta contagem injusta. Fernando Vitinho InterRicardo Duarte/Divulgação, InternacionalPara a torcida, a atuação colorada mostrou-se uma resposta convincente às necessidades históricas que esta edição do Gauchão apresenta: como sabe e repete todo Rio Grande do Sul, o Grêmio busca igualar a sequência de oito títulos consecutivos, obtida pela única vez pela inexorável equipe colorada dos anos 1970. Se o Gre-Nal é um título à parte, neste ano o Gauchão se transformou em uma Copa do Mundo territorialmente espremida entre Uruguai e Santa Catarina, que está pronta para receber os turistas com X-Coração e chimarrão cevado em meio ao calor de quarenta graus.É por isso que toda aquela combinação de gritedo e correria que permeou o último clássico, cada membro da arbitragem obviamente um espião da KGB ou algum castelhano a cavalo tentando invadir o Alegrete, pode ser considerada apenas um capítulo de abertura. O que teremos pela frente é um campeonato estadual que vai adquirir níveis de dramaticidade, desespero e tensão talvez inéditos no território nacional. Cada arremesso lateral no campo adversário encarado como uma ameaça às fronteiras simbólicas. Para os colorados, cada bola que pinga na área implorando por um Valdomiro.Gustavo Quinteros e Roger Machado analisam empate após Gre-Nal