Empresário americano Foster Gillett, que promete aporte de 120 milhões de dólares em clube argentino, tem investimento aprovado em equipe uruguaia rebaixada em 2024 Montevidéu pode ter um novo milionário em 2025. O Rampla Juniors, rebaixado no Campeonato Uruguaio, está na mira do empresário americano Foster Gillett, e já teve a venda do clube aprovada pelos sócios. Gillett planeja investir 120 milhões de dólares no Estudiantes, da Argentina, e tenta mais um clube na América do Sul. Ao contrário do que acontece no futebol argentino, o Uruguai aprova as SAFs há anos, e já possui até mesmo a entrada do Grupo City no país. Saiba mais:
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Estádio Olímpico de Montevidéu Rampla Juniors
Fernando Schmidt
Foster Gillett está perto de ter algo próximo de uma rede multiclubes na América do Sul. Os sócios do Rampla Juniors votaram nesta semana e aprovaram a criação da SAD (Sociedade Anônima Desportiva, similar às SAFs do Brasil) no clube uruguaio.
Essa não é a primeira participação do empresário americano em clube sul-americano. Ele já assinou um pré-acordo com Juan Sebastián Verón para um investimento de 120 milhões de dólares (R$ 743,8 milhões na cotação atual) no Estudiantes, da Argentina.
O modelo de SADs não é permitido pela Associação do Futebol Argentino (AFA), e o clube formará uma sociedade mista com Gillett para receber o dinheiro. No Uruguai, o clube pode virar uma sociedade anônima, o que não seria novidade para o Rampla Juniors ou para o país.
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Com 110 anos de história, o Rampla Juniors foi campeão nacional apenas uma vez, em 1927. O sucesso não voltou, mas as dívidas chegaram na porta do clube, que foi atrás de investimentos externos no século 21.
Fernando Pavón foi o primeiro a investir no clube. Anos antes, o Rampla já tinha tentado outros negócios, mas as conversas não avançaram. O mexicano ficou no time por cerca de um ano, mas deixou uma dívida de 130 mil dólares ao final de 2007.
Na época, as SADs ainda não existiam no Uruguai. O Deportivo Maldonado foi pioneiro quando, em 2009, tornou-se o primeiro clube-empresa do país. No mesmo ano, a Open World Group passou a controlar o Rampla. O que parecia ser um sonho com dinheiro e bons jogadores virou um pesadelo com dívidas e denúncias criminais.
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Rampla Juniors Uruguai
Ernesto Ryan/Agencia Gamba
Oito anos depois da primeira SAF, o fenômeno tomou uma nova dimensão quando o Torque foi comprado pelo Grupo City. Fundado em 2007, o Torque foi campeão da segunda divisão uruguaia logo após ser adquirido pelo grupo multinacional e disputou a primeira divisão uruguaia pela primeira vez em 2018. Hoje, a equipe está na segundona novamente.
Em 2025, o Campeonato Uruguaio terá seis SADs em um total de 16 equipes. Os clubes mais tradicionais e de maior torcida, como Nacional e Peñarol, recusam a entrada no mundo empresarial. Ainda não houve um investimento tão pesado no futebol uruguaio quanto os que já foram vistos no Brasil e que Gillett pretende fazer no Estudiantes.
Rebaixado, o Rampla Juniors tentará voltar à elite uruguaia em 2025. Estar na segunda divisão não é algo que afasta Foster Gillett. Nesta semana, os sócios do time aprovaram o investimento com 127 a favor em um total de 157 votantes. A ideia é que a SAD seja de Gillett por 30 anos.
— O investimento na equipe vai ser aos poucos, para ser uma equipe competitiva e entrar em copas internacionais. A ligação à SAD é de 30 anos. A ideia é que seja assinado no dia 15 de janeiro e as obras comecem — disse Roberto Fernández, presidente do Rampla.
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Foster Gillett é filho de ex-dono do Liverpool, George Gillett
Daniel Hambury - PA Images via Getty Images
Gillett não é novo no mundo do futebol. Seu pai, George Gillett, comprou o Liverpool em 2007, e Foster participou do conselho administrativo do clube inglês. Três anos depois, o americano vendeu o time inglês para os atuais donos, a Fenway Sports Group. Esse foi o tempo exato em que Javier Mascherano atuou no Liverpool. O ex-jogador foi o responsável por Foster Gillett se apaixonar pelo futebol argentino.
– Tive interesse pelo futebol argentino durante toda a minha vida. Minha primeira experiência foi no Liverpool com Javier Mascherano, que mostrou tanto comprometimento com a causa que me chamou a atenção para o que significa ser um jogador de futebol argentino. Sempre me lembro de como Javier jogou em Anfield (estádio do Liverpool) e os torcedores gritavam seu nome – disse o empresário.
O Estudiantes foi o último clube de Mascherano, aposentado em 2020. Não foi apenas o futebol do ex-zagueiro que levou Gillett a considerar um investimento milionário no clube. A gestão de Verón teria impressionado Foster, que já falou aos torcedores de "Los Pincha" sobre o investimento.
— Minha mensagem aos torcedores é que se trata de melhorar o que já possuem, que acredito que os argentinos criam um dos melhores ambientes do mundo para o futebol e alguns dos melhores jogadores do mundo — completou Foster Gillett.