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Maior ano do Botafogo faz justiça à torcida, ao passado e ao presente do clube

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Por Virtual Rondônia em 09/12/2024 às 09:49:59
Superioridade alvinegra mostra que não havia campeão melhor para 2024 "Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!": Botafogo é campeão do Campeonato Brasileiro 2024!

O cartel de títulos do Botafogo não fazia justiça à grandeza do clube. A torcida merecia um ano como esse, o maior de todos os anos, com a conquista do Campeonato Brasileiro se somando à da Conmebol Libertadores. É uma façanha que também faz justiça ao passado e ao presente do Botafogo.

"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira", escreveu Tolstói na célebre frase de abertura de Anna Kariênina. Quando morei no Rio de Janeiro, na década passada, adotei o Botafogo como segundo time. Fui a jogos e virei amigo de muitos (e grandes) botafoguenses. E ao conviver com eles naquele tempo de vacas esquálidas, ao testemunhar tamanha devoção por um clube que devolvia muito mais tristezas do que alegrias, costumava lembrar da frase de Tolstói – como se todas torcidas felizes se parecessem, mas cada torcida infeliz fosse infeliz à sua maneira.

Botafogo Campeão brasileiro 2024 Taça troféu Marçal

Buda Mendes/Getty Images

Pois não há torcedor mais feliz do que o botafoguense neste fim de 2024. E isso me faz lembrar de outro texto, feito por Luis Fernando Verissimo em 2006, quando o Inter, após anos e anos de penúria, foi campeão mundial. O escritor resgatou uma crônica de anos antes, quando viu um menino com a camiseta colorada andando ao lado dos irmãos gremistas – isso em época de enorme superioridade tricolor. "Você aguentou. Você não sabe, mas é um herói. (...) E quando for a nossa vez de novo, teremos certamente a torcida mais dedicada, fiel, convicta e feliz do Brasil. Porque será a torcida dos que resistiram", havia escrito Verissimo anos antes da vitória sobre o Barcelona.

Vale também para o Botafogo. A torcida dos que resistiram: aos três rebaixamentos, às derrotas inacreditáveis, às derrocadas, às provocações dos rivais, aos erros de arbitragem, à desesperança, à sucessão de jogadores questionáveis, de treinadores incapazes, de dirigentes oportunistas. A torcida daqueles que foram infelizes à sua maneira para depois virar a mais feliz das torcidas.

Os títulos fazem justiça a essa torcida. E fazem justiça ao passado do clube – a Garrincha, Nilton Santos, Didi. E também ao presente. Porque ninguém jogou mais futebol do que o Botafogo no Brasil (e na América do Sul) em 2024. Porque nenhum time brasileiro jogou um futebol tão bonito desde aquele Flamengo de Jorge Jesus.

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O Botafogo aproveitou com brilhantismo um ano em que o Palmeiras não conseguiu manter o nível e em que o Flamengo se autossabotou – e foi evidentemente superior aos concorrentes. Ganhou a Libertadores com autoridade contra o Atlético-MG, mesmo com um jogador a menos desde o primeiro minuto da final, e dinamitou as esperanças palmeirenses na reta final do Brasileirão, fechando o campeonato com seis pontos de folga na liderança.

É o melhor campeão que poderíamos ter em 2024.

Fonte: Ge

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