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Eleição do Flamengo: "Diretor técnico vai ter a condição de CEO", diz Maurício Gomes de Mattos

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Candidato da Chapa 2 é o primeiro entrevistado dos podcasts eleitorais para o triênio 2025-2027 O ge começou nesta semana os seus podcasts eleitorais com os candidatos à presidência do Flamengo para o triênio 2025-2027. E o primeiro entrevistado foi o advogado Maurício Gomes de Mattos, de 63 anos, candidato da Chapa 2 e que tem como vice o assessor empresarial Wellington Silva, ex-secretário de comunicação do STF.

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Maurício Gomes de Mattos candidato Flamengo

Thiago Lima

Em cerca de 1h de entrevista nos estúdios Globo, Maurício apresentou, entre outros temas, suas ideias para a gestão do futebol e a construção do estádio; defendeu a permanência de Filipe Luís como técnico; projetou a próxima janela de transferências; mostrou-se contra implementação de SAF e explicou o papel que terá o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello em sua gestão.

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Veja abaixo alguns trechos da entrevista:

Gestão do futebol

- O diretor técnico vai ter a mesma condição de CEO do clube, o mesmo status. Vamos interligar porque um versa sobre orçamento, sobre estrutura, e o outro versa sobre os profissionais do futebol. E ainda quero trazer um ex-atleta do clube como ligação, para ele ser o representante do profissional com a imprensa, o quadro associativo. Porque eu não quero interferência dos amadores, porque eu sou obrigado a ter vice-presidente hoje enquanto a gente não reformar o estatuto. Eu vou colocar sete vice-presidentes que não vão ter uma definição de pasta, seria como se fosse um conselho de administração em que as coisas estão sendo discutidas, os assuntos relevantes sendo passados. Não tem interferência. Você não vai ter dirigente fazendo live em vestiário, música dentro de vestiário.

- Sistema vai ser totalmente profissional, eu não quero nem o presidente no ônibus com jogador. Nós vamos ter um conselho consultivo que não vai atrapalhar no dia a dia dos profissionais, nem os conselhos que eu tenho que preencher os nomes de vice-presidentes, porque o estatutário também não vai entrar no dia a dia. Mas o conselho consultivo vai apresentar ideias, estudos, para esse conselho diretor, que vai evidentemente poder discutir com os profissionais na metodologia e fazer a cobrança. É uma relação extremamente respeitosa valorizando os amadores, mas dizendo ao profissional: a responsabilidade é tua. Profissionais vão gerir o Flamengo com autonomia, mas com responsabilidade, com cobrança, que é a função de um presidente. Aliás, eu sou candidato a presidente do Flamengo, não sou candidato a CEO.

Filipe Luís

- Desde o primeiro momento que ele entrou, eu sempre falei que contrato é para ser respeitado. Porque eu tenho essa premissa no meu escritório de advocacia e nas minhas empresas. Eu apostei no Filipe Luís desde sempre, como jogador e como técnico. E ele não está nos decepcionando. Filipe Luís é o meu técnico. Tem candidato aí que disse que não era e agora já vai ser. Mas eu sempre falei que acredito no trabalho, ele está mostrando com muito talento e com muito estudo. Vai ser meu técnico, sim.

Gabigol

- Ninguém está acima do Flamengo. Jogador, dirigente... O Flamengo tem que ser a nossa razão. Ele já definiu por uma questão não profissional da atual diretoria. É um ídolo, é o ídolo do meu neto. Quando o Zico foi vendido foi a maior decepção da minha vida. O Gabigol não chega a tanto, mas é valoroso, ele fez gols importantíssimos, jamais vai sair da minha mente. O Maurício torcedor lamenta e o Maurício presidente tem que entender o momento do jogador, que vai fazer sua despedida e tem que respeitar. Mas nada é definitivo. Vamos conversar, vendo a parte de marketing, de futebol com diretor técnico. Esse assunto eu confesso que não foi discutido porque o desfecho foi horrível tanto da diretoria como do jogador, então isso tudo tem que ser avaliado.

- Se eu quero um lado profissional não pode ser a decisão do apaixonado Maurício torcedor, isso é a minha diferença de todos os outros presidentes que eu escuto querem discutir o técnico, escalar time... O Flamengo perdeu o Campeonato Mundial jogando muito com uma discussão financeira, porque os atletas queriam a participação dos funcionários. Deram um percentual que teoricamente estava apalavrado, e o Flamengo desfazendo o trato. Eu quero deixar em público aqui que tenho uma grande admiração pelo Paulo Pelaipe. Foi ele que trouxe o Jesus, foi ele que segurou a barra sozinho dos jogadores. Ele não perdeu a dignidade e é um profissional que eu respeito muito.

Estádio

- Tenho uma equipe de 24 profissionais mais o Fabrício Chicca. Eles fizeram estudos para nós. O estudo que foi apresentado agora (pela situação) não deu tempo suficiente para ter um confronto de estudos. Detesto usar como exemplo o quintal do vizinho, mas eu vou usar. O que me chama atenção é que no plano de governo eles colocam só uma condição de construção. E colocam a condição de esses estudos ser inclusive com uma empresa do exterior, uma empresa extremamente qualificada, mas teve licitação? Quanto pagaram? Passou pelos conselhos?

- Eu confio muito na minha equipe, no estudo que ela fez. Ela me dá três cenários: o otimista, o pessimista e o conservador com base em informações precárias. E agora a gente tem informação de um outro estudo que eu não quero ser aqui leviano dizer que foi mal feito porque não tive tempo ainda de entrar nesse estudo. Mas algumas coisas assim me chamam atenção. Nós temos que entender que esse estádio não pode contaminar as finanças do clube. E com profissionais que nós temos isso vai ser feito, eu vou construir porque é o meu sonho e é o teu sonho, nação, o estádio do Flamengo.

SAF

- Eu não só sou a favor (da medida que dificulta a SAF) que o Rodrigo (Rötzsch) está na minha chapa. Nós que estudamos e apresentamos exatamente para dificultar. O Rodrigo é um valoroso companheiro que se colocou à frente e é o apelido da emenda, "emenda Rodrigo", que hoje dificulta a condução e a construção de uma SAF no Flamengo. Porque o quórum passou a ser muito mais difícil chegar nele para votar esse mau para o Flamengo. SAF é bom para quem precisa e para quem não tem a condição do Flamengo. Os verdadeiros donos do Flamengo são a nação rubro-negra e seus sócios.

- SAF nem pensar. Aliás, é engraçado, quem falava que era a favor publicamente agora já disse que não fala mais. Um candidato levou senador, levou empresário de futebol para explicar a SAF no plenário do deliberativo, disse que era a favor da SAF, quantificou até o título: começou com R$ 500 (milhões), depois R$ 800 (milhões), depois já era R$ 1 bilhão. Isso foi esquecido. Em eleição as pessoas têm memória curta, né? Mas eu não tenho, não. E a minha sempre foi produzida radicalmente contra SAF.

Clube satélite

- O Flamengo tem que partir para o mundo em captações. Eu quero pontos de captação em todos os continentes e quero mais do que isso: desenvolver a Casa Flamengo, que vai ser um licenciamento como tem a AFA (Associação de Futebol Argentino) e faz captação de jovens atletas no mundo inteiro. Já tem em Miami, Madri, e vai abrir em Dubai. O Flamengo tem muito mais potencial do que a AFA. A Casa Flamengo nos dá condição de ser uma referência internacional trazendo as embaixadas juntas. Aqui no Brasil a fortificação de ter uma Gávea em cada estado brasileiro.

- Inclusive nós estamos conversando com outros clubes para serem parceiros, vamos trazer eles licenciados para que o Flamengo, assim como a AFA, todo investimento é feito por parceiros. Por licenciamento, com risco do licenciado. Uma que posso adiantar é em Lisboa. Nós estamos negociando, já conversando para a vinculação do clube, vai depender da ótica do licenciado porque a AFA faz assim. Eu não estou só copiando a AFA, estou também vendo os outros clubes que desenvolvem isso como o Benfica na Casa Benfica. Só que o nosso é mais completo porque eu quero produzir a condição do sócio-torcedor viajar e estar numa casa Flamengo em Lisboa.

Bandeira de Mello

- O Eduardo Bandeira de Mello, que é um grande apoiador, vai estar na Assembleia Geral. Vai me ajudar a pensar o Flamengo para daqui a 10 anos. Todos os presidentes nos últimos anos sempre estavam na condição de aconselhamento. Eu não posso preterir o Bandeira nem os ex-presidentes. Tem um outro presidente que me apoia com muito orgulho que é o Márcio Braga, e vários outros presidentes que não estão me apoiando. Eu quero ouvi-los também. E o Bandeira é um privilégio de ter na nossa chapa, presidente que deu a base para o Flamengo ser a potência econômica que é hoje. É muito luxo para qualquer candidatura, eu agradeço a Deus por ter uma equipe tão boa.

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