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Estado registrou casos envolvendo facadas, tiros e até uma casa incendiada. Em menos de 72 horas, três mulheres foram assassinadas em Rondônia. Pelo menos sete casos de violência contra a mulher foram registrados em Rondônia, na véspera do dia 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. Desde a última quinta-feira (21), o estado registra casos envolvendo facadas, tiros e até uma casa incendiada.Em menos de 72 horas, três mulheres foram assassinadas no estado. Márcia Fatima de Oliveira, Luzia Pedra Vieira e Daiana Gomes Farias, são alguns dos nomes por trás dos números de vítimas entre os dias 22 a 25 de novembro.Quem são as vítimas?Local onde mulher foi morta tentando proteger a amiga de feminicídioReprodução Polícia MilitarEm Porto Velho, Daiana Gomes Farias morreu enquanto tentava proteger a amiga de uma tentativa de feminicídio. O suspeito do crime é o ex-esposo da mulher que sobreviveu. Segundo o boletim de ocorrência, ela estava chegando em casa em um transporte de aplicativo, quando o ataque aconteceu. A amiga desceu do veículo para ajudar e foi atingida com disparos de arma de fogo. Ela morreu no local.A segunda vítima foi socorrida para o hospital em estado grave e o suspeito segue foragido.Vítima de feminicídio em Cacoal, ROReproduçãoMarcia Fatima de Oliveira, foi assassinada na madrugada de sábado (23), em Cacoal (RO), depois de danificar o carro do marido com uma pedra durante uma discussão. O corpo dela, perfurado por faca, foi abandonado em uma calçada pelo suspeito. Depois do crime, o homem entrou no carro e fogiu do local. O veículo foi encontrado pouco tempo depois pela Polícia Militar (PM), assim como a faca usada no crime.Vizinhos relataram que o casal havia se mudado recentemente para a região e brigavam constantemente.O homem foi preso nesta segunda-feira (25), após uma denúncia anônima.Luzia Pedra Vieira, de 43 anosReprodução/Redes sociaisLuzia Pedra Vieira, de 43 anos, foi morta pelo o marido depois de uma discussão por ciúmes, enquanto voltava de uma festa em Monte Negro (RO) na manhã de domingo (24). Luzia foi a terceira vítima de feminicídio em menos de 72 horas no estado.De acordo com a polícia, na madrugada do crime o casal estava em uma festa, quando começou a discutir por conta de ciúmes do homem. Após a discussão, o casal foi embora do local a pé.Ao chegar na avenida Ayrton Senna, próximo a BR-421, o homem sacou um canivete e golpeou a vítima na região do pescoço. Depois disso ele fugiu da cena do crime.A polícia foi acionada e prendeu o homem em uma residência próxima.LEIA MAIS:Mulher é assassinada a tiros enquanto tentava defender amiga de feminicídio em Porto VelhoSuspeito de matar a esposa após ter o carro danificado com uma pedra durante discussão é preso em ROMulher é mantida em cárcere privado e torturada por três dias em Pimenta Bueno, ROTentativas de feminicídioHomem é flagrado agredindo e esfaqueando a ex-companheira em Porto VelhoNeste final de semana, dois casos de tentativa de feminicídio foram registrados em Rondônia. O primeiro caso aconteceu na última quinta-feira (21), quando um homem usando tornozeleira eletrônica foi preso em flagrante, após esfaquear a ex-companheira na Zona Leste de Porto Velho. A vítima sofreu cortes no tórax e foi socorrida até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região. Segundo a Polícia Militar (PM), o agressor foi detido pelos moradores até a chegada dos agentes. A vítima tinha uma medida protetiva ativa contra o ex-companheiro.Após o ataque, o agressor tentou fugir, mas foi capturado pelos moradores da região. Após a chegada da polícia, o homem foi conduzido até a Central de Flagrantes. Após receber os cuidados médicos necessários e apresentando bom estado de saúde, a vítima foi liberada, segundo informação da Prefeitura de Porto Velho.Já em Pimenta Bueno (RO), uma mulher foi socorrida depois de passar três dias em cárcere privado sendo torturada. Segundo a avaliação médica, a vítima sofreu fraturas no nariz e nas costelas.A polícia foi acionada e quando chegou ao local encontrou a vítima correndo e pedindo socorro. O suspeito estava em uma motocicleta e tentou fugir, mas foi perseguido e preso pela Polícia Militar (PM) e tentou enganar os agentes com uma identidade falsa.A vítima revelou que ficou em cárcere por três dias e durante esse período foi agredida e torturada. Segundo o boletim de ocorrência, ela tinha visíveis lesões e escoriações pelo corpo.Homem ateou fogo na residência da ex-esposa em ROReproduçãoNa mesma cidade, um homem colocou fogo na casa da ex-esposa grávida e foi socorrido com o corpo em chamas. Segundo o boletim de ocorrência, o homem estava embriagado, discutiu com a mulher, que está grávida e a ameaçou.A vítima relatou à polícia que o suspeito estava alterado e os dois discutiram por telefone. Por medo, antes que ele chegasse em casa ela escondeu uma espingarda que tinha no local.O homem insistiu em saber onde estava a arma, a mulher contou e aproveitou o momento para fugir do local. Revoltado, o suspeito despejou um galão de gasolina pela casa e ateou fogo, mas acabou incendiando o próprio corpo no processo. Com o corpo em chamas, ele saiu correndo da casa e foi socorrido por vizinhos.O suspeito foi encaminhado para o Hospital de Cacoal (RO) em razão das gravidades dos ferimentos. A casa ficou completamente destruída pelo fogo e a mulher, que está grávida, foi encaminhada para cuidados médicos para uma avaliação.Rondônia: o estado que mais mata mulheres no BrasilO Anuário de Segurança de 2023 aponta que as tentativas de feminicídio somam 41 vítimas no estado de Rondônia em 2022. No ano seguinte, houve um crescimento de 41%, totalizando 99 casos.Partindo para outro recorte, mais de 7,7 mil mulheres sofreram violência doméstica entre 2022 e 2023 em Rondônia. As taxas nos dois anos só perdem para o Mato Grosso: são as segundas maiores do Brasil.????A taxa calcula a quantidade de vítimas para 100 mil habitantes.Em 2022 e 2023, Rondônia perdeu 44 mulheres para o feminicídio. Nesse último, a taxa foi reduzida de 2,6 para 2,4 e ainda assim é quase duas vezes maior que a média nacional, que é 1,4. Nos últimos dois anos, o estado se consolidou como o mais letal para mulheres.VEJA TAMBÉM:Mulher sofre tentativa de femicídio em Porto Velho