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Esporte

Em alta na Seleção, Antonia comenta adaptação na lateral e conselho de Pia


Com contrato com Madrid CFF até o final desta temporada, jogadora quer permanecer na Liga Espanhola por mais tempo Zagueira Antônia em treino da seleção brasileira

Sam Robles/CBF

Antonia virou peça-chave na seleção brasileira. Atuando tanto como lateral direita como zagueira, a jogadora demonstra o mesmo desempenho em alto nível nas duas posições e ganhou a confiança da técnica Pia Sundhage, que acha importante ter atletas que sejam polivalentes. A defensora do Madrid CFF preenche os requisitos e cita que poder fazer também o papel na lateral no seu clube a ajudou a evoluir não só na movimentação, mas no físico e na sua velocidade.

- Acho que sem dúvida alguma poder atuar na lateral modificou muito meu físico porque são estímulos totalmente diferentes quando você joga na defesa e quando joga na lateral. Poder fazer essa função aqui no meu clube também me ajudou bastante e sem dúvida alguma que consequentemente seu físico vai mudar, velocidade, capacidade de ir, voltar várias vezes ao ataque e defesa. A chave mesmo é poder fazer essa função também no meu clube. Se fosse só na seleção seria muito difícil porque a gente não se encontra muitas vezes - afirmou Antonia.

E por falar em evolução, Antonia comenta que a ajuda da treinadora sueca também é um ponto importante. De acordo com ela, Pia pede que a jogadora também suba mais ao ataque, algo novo já que sua trajetória começou justamente na defesa.

- O que ela mais fala comigo é na parte do ataque, que é o que me falta por estar sempre na defesa. Ela fala: "você é capaz de estar no ataque, cruzar". É algo que ela me cobra para poder fazer isso o tempo todo - disse.

Antonia se transferiu para o Madrid CFF em janeiro de 2020 depois de atuar em 2019 pelo São Paulo. A jogadora comentou que estar na Liga Espanhola foi importante para o desenvolvimento no seu futebol. Sobre o futuro, ela tem planos de seguir na Espanha. Seu contrato se encerra ao final da temporada atual. A partir daí verá se permanecerá na equipe atual ou mudará de camisa dentro do mesmo país.

- Eu acho que tudo. Intensidade, ritmo do jogo, técnica, isso me acrescentou muito. Se alguém puder ter a experiência de viver isso que venha porque é uma grande liga. Você tem a experiência de estar com as melhores do mundo. É algo que modificou totalmente a minha carreira. Hoje me sinto uma atleta mais física, mais completa com toda essa experiência. Foi algo bem bacana para mim e foi o que me fez querer estar aqui. Eu falei: "Eu preciso evoluir". Estando em uma liga tão forte quanto a da Espanha vai me acrescentar. Estou muito feliz hoje e pretendo continuar por aqui mais alguns anos.

- Meu contrato com o Madrid se encerra essa temporada, mas minha intenção é continuar na liga e buscar algo melhor, não sei se continuar aqui, vai depender deles também, mas minha intenção é sim continuar na Liga.

Pela seleção brasileira, Antonia está bem cotada e deve integrar a lista final para a disputa da Copa América, que será a mesma para os amistosos de junho diante da Dinamarca, dia 24, e Suécia, dia 28. Para ela, o torneio na Colômbia, em julho, classificatório para o Mundial de 2023 - os três primeiros garantem vaga - e Olimpíada de 2024 - apenas para o campeão -, servirá para fixar ainda mais o estilo de jogo já que são raras sequências de jogo para o Brasil.

- A gente sabe que nada é fácil. Quando entra em campo não existe favoritismo, jogo é jogado. São seleções que vêm evoluindo muito inclusive a dona da casa, Colômbia, uma seleção que está há muito tempo junta. Tem tudo para fazer um grande trabalho. Eu vejo como mais um desafio para a gente impor tudo que a Pia quer. Estilo de trabalho, de jogo. É algo que a gente sim tem que aproveitar porque é uma sequência de jogos muito boa onde a gente tem que impor nosso trabalho daquilo que a Pia nos pede - afirmou Antonia.

Aliás, sobre Pia, Antonia salienta a importância do trabalho da treinadora e como ela sabe dosar os momentos de cobrança e acolhimento, justamente por toda a bagagem que carrega.

Acho que pela bagagem que ela tem com todos os anos de experiência ela é uma técnica que consegue passar por todos os lados. Ela sabe o momento de exigir, sabe o momento de baixar a guarda, sabe o momento de usar a psicologia reversa, não criticar em si, mas tentar a critica construtiva e te arrancar coisas melhores. Pela experiência e bagagem que ela tem consegue manusear e usar um pouco de tudo que ela viveu.

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Veja outras respostas de Antonia:

COLÔNIA BRASILEIRA NO MADRID

- Isso foi uma coisa que me ajudou bastante. Quando eu vim para o Madrid eu falei: "opa, Brasil eu já tenho. Quando eu precisar já tenho o português". Então me facilitou. Mas desde que eu cheguei aqui eu coloquei na minha cabeça que eu iria aprender mesmo sendo errado, me coloquei a falar (espanhol). Mesmo que seja errado, tenta. Me ajudou bastante e agora como eu já entendo o espanhol tenho os dois lados, amizades tanto do Brasil, me sinto em casa, mas também saio com as meninas aqui da Espanha. Mas quando estamos entre as brasileiras também de repente já estamos falando espanhol. É uma mistura, mas é bem bacana. Facilitou muito poder ter outras brasileiras aqui.

JOGOS CONTRA SELEÇÕES TOP MUNDIAIS

- Acrescenta tudo. Era sempre tudo que todo mundo sempre quis. Jogos e amistosos contra seleções fortes. Acho que isso só nos prepara. Quando você joga com seleções que estão acima de você no ranking te exige mais. Isso está muito bom, a gente vem evoluindo cada vez mais, sempre brigando com as grandes. Acho que às vezes falta um pouquinho mais da gente falar "a gente pode". Sei lá contra uma seleção segundo lugar no ranking a gente pode sim. Somos capazes de estar lá. Esses jogos vêm nos exigindo bastante e mostrando que a gente vem melhorando a cada convocação. Acho que o rumo é esse. Essa é a direção. Sempre estar brigando com os grandes para quando a gente jogar uma Copa América, que todo mundo fala que somos favoritas, a gente ganhar e convencer a nós mesmas. Todo o trabalho que vem sendo feito.

NATURALIDADE COM A CAMISA DA SELEÇÃO

- Eu não sei te explicar. É algo que acontece. Falo que era uma coisa que me ajudava e atrapalhava e foi recente que eu mudei do campo. Joguei futsal a minha vida toda, faz sete anos que eu vim para o campo. Não conhecer as atletas me ajudava porque as meninas falavam: "meu, você está jogando contra uma atleta melhor do mundo, não percebe isso? Eu falo "não sei quem que é". Isso me ajudava. É algo que quando eu entro dentro de campo eu esqueço o adversário. Óbvio que a gente não pode esquecer da capacidade do adversário, mas é algo que quando eu entro em campo sai ao natural. Eu levo de uma forma mais leve. É a melhor do mundo, mas também sou eu, também é a minha seleção. É algo que me ajuda.

O CLIMA DE UNIÃO E ENTROSAMENTO NA SELEÇÃO

- Do tiktok posso afirmar que não sou a líder, isso não é comigo. Faço ali de brincadeira para o povo dar risada. É até uma brincadeira que nós fazemos porque chega uma brasileira em outro país e já pedem "dança" porque eles acham que é isso, samba. Aí eu falo "gente, acho que não sou brasileira". Aí eles falam "como assim". Não sei, "vocês que têm isso em mente que é obrigação nossa dançar". Então no tiktok já não sou a líder. Mas sim eu gosto de interagir com todo mundo, sempre sou muito hiperativa, gosto de estar comentando, falando com uma com outra. Me considero sim no meio da bagunça. O que acontece é que ali na seleção é um ambiente muito leve, você se sente à vontade. Apesar de você não ter essa característica, acaba adquirindo porque todo mundo quer estar ali brincando, sorrindo, todo mundo quer estar perto de todo mundo. Isso é algo que flui naturalmente.

Ge

Globoesporte.com

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