Atacante foi autor do gol que garantiu a classificação do Glorioso há 51 anos Jéssica Cescon analisa duelo entre transição de ataque do Botafogo e desarmes do Palmeiras
Botafogo e Palmeiras em campo. Jogo decisivo de Libertadores. Poderíamos estar falando desta quarta-feira, quando as duas equipes se encontram pelas oitavas de final às 21h30, no Estádio Nilton Santos, com transmissão da Globo. Mas essa não é a primeira vez que as equipes decidem uma classificação na competição.
Confira a entrevista com Jairizinho e Valdir Luiz no Globo Esporte desta quarta-feira.
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O ano era 1973, e o formato do torneio continental era bem diferente. Apenas o campeão brasileiro e o vice se classificavam, o que dá o tom da força que tinham os dois times naquela época. Depois de decidirem o Brasileirão em dezembro de 1972, os dois se encontraram no começo do ano seguinte na fase de grupos da Liberta.
Esse era o padrão, grupos de quatro times com os dois compatriotas sempre se enfrentando na mesma chave. Foi nesse cenário que Palmeiras e Botafogo travaram três duelos, os dois regulares, com uma vitória para cada lado, e o terceiro extra de desempate, valendo vaga na semifinal.
Em 29 de março de 1973, o Glorioso saiu na frente com gol contra de Luís Pereira em jogadaça de Marinho Chagas. Ademir da Guia empatou no começo do segundo tempo. Coube a Jairzinho decidir o confronto nos minutos finais para garantir a vaga com um gol sobre Leão, com direito a provocação.
O atacante botafoguense e o goleiro palmeirense tiveram uma discussão em campo que, segundo o próprio Jair, já tinha começado no jogo anterior, em São Paulo.
- Eu estava dizendo para ele "você lembra que eu te falei que ia meter gol e ia ganhar de você?" Eu falei para ele, que no Rio ia meter gol e ganhar dele. Não deu outra. Fiz um golaço. O Leão tinha uma personalidade forte, ele falou algumas coisas que não me agradaram e eu respondi. Respondi com gols, que é melhor ainda.
Jairzinho e Leão discutem em campo na Libertadores de 1973
Reprodução
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Os duelos de 1973 e 2024 têm semelhanças em relação ao clima de revanche. Assim como neste ano, naquela temporada o Glorioso encontrava o adversário meses depois de perder o título brasileiro para ele.
O gostinho de revanche refletia na arquibancada do Maracanã, que reuniu cerca de 80 mil botafoguenses para presenciar a vitória por 2 a 1. Waldir Luiz, que por muitos anos foi comentarista de rádio, era um desses torcedores.
- Tinha essa carga. O primeiro jogo foi 2 a 0 Botafogo, o segundo 3 a 2 Palmeiras. Aí teve o jogo extra, com essa carga, a pressão de ter perdido o título dois meses antes. Essa pressão está igual a hoje, que vai jogar tentando tirar o Palmeiras da Libertadores com o peso de ter perdido o título Brasileiro.
Assim como há 51 anos, a torcida botafoguense vive a expectativa de vingar o que aconteceu na reta final de 2023. Os ingressos para o duelo desta quarta-feira estão esgotados e a promessa é de uma festa histórica em busca da vaga nas quartas de final.
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