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Tetracampeão Ricardo Rocha coordenou o trabalho de aproximação entre os Galos A definição do adversário do CRB nas oitavas de final da Copa do Brasil fez o torcedor regatiano voltar no tempo. Em 2007, afundando numa crise financeira, o clube fechou uma parceria com o Atlético-MG e terceirizou o seu departamento de futebol.+ CRB pega o Atlético-MG nas oitavas da Copa do BrasilRicardo Rocha gerenciou o futebol do CRB em 2007Stephanie Pacheco/Globoesporte.comQuem tocou o projeto em Alagoas foi um tetracampeão mundial com a Seleção em 1994. O zagueiro Ricardo Rocha foi a ponte entre os Galos alagoano e mineiro. Em entrevista ao ge, ele falou sobre o desafio de comandar o trabalho.- A gente começou a fazer um trabalho para ajudar o CRB. Para mim, foi uma das coisas mais tristes que eu vi na minha vida: não tinha cadeira para os jogadores sentarem. Eles tinham que comer em pé, com colher. Nem em time de pelada eu via aquilo, me machucou muito - lembra Ricardo.+ Você sabia? Em 2007, Ricardo Rocha comandou o futebol do CRB e fez parceria com o Atlético-MGNa época, o Atlético-MG chegou a emprestar ao CRB o técnico Marcelo Oliveira e jogadores como o goleiro Jeferson e os laterais Marcos Rocha e Marcel para defender a equipe alagoana. Além de Oliveira, Alexandre Barroso também desembarcou em Alagoas para comandar o time em razão da parceria entre os clubes.Marcelo Oliveira foi técnico do CRB na parceria com o Atlético-MGBruno Cantini/CAMOpinião dos jogadores da casaO atacante Reinaldo Alagoano foi um dos jogadores de Alagoas que faziam parte do elenco regatiano. Ele resumiu para o ge o que representou aquela parceria.- Pra mim, que tinha acabado de ser artilheiro do Campeonato Alagoano, foi muito importante essa parceria. Conheci grandes amigos, como o Marcos Rocha, o Marcelo Nicácio, o (Alexandre) Barroso também, que foi um grande treinador, e acredito que para o CRB também foi muito importante naquela época. Sem contar que joguei ao lado de Luiz Gustavo, Edson Silva, zagueiro, Maurício, ex-Palmeiras, Luciano Amaral, lateral-esquerdo, era um elenco muito bom mesmo.Reinaldo admitiu que a situação do CRB era bem difícil antes do acerto com o Atlético.- Até porque era uma época difícil, não era o que é hoje, que tem um centro de treinamento, uma estrutura muito boa pra disputar a Série B, pra estar brigando pra subir. Naquela época, era uma época precária, época de guerreiro realmente. Pra mim foi muito importante aquela parceria, até por conhecer grandes jogadores, naquela época o (Marcelo) Nicácio estava despontando e o Barroso também. Então a parceria foi importantíssima.Reinaldo Alagoano em ação pelo CRBDenison Roma / Globoesporte.comEm campo, a parceria deu certo em 2007 e o CRB fez uma boa campanha no Brasileiro. Foi o oitavo colocado da Série B, com 53 pontos, e até brigou pelo acesso. A diferença para o último clube que subiu, o Vitória, foi de apenas seis pontos.Outra realidadeO tempo passou, o CRB vendeu o Estádio Severiano Gomes Filho, na Pajuçara, mas vive uma realidade completamente diferente daquela de 2007. Com um moderno Centro de Treinamento, localizado na Barra de São Miguel, o clube se firmou na Série B do Brasileiro, fez confrontos históricos na Copa do Brasil, inclusive eliminando o Palmeiras em 2021, chegou ao vice-campeonato do Nordestão neste ano e faz um trabalho com planejamento a longo prazo para buscar outras prateleiras no cenário nacional.CT Ninho do Galo conta com estrutura modernaFrancisco Cedrim/Ascom CRB