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Esporte

No melhor jogo do campeonato, Botafogo apresentou sua carta de intenções

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Vitória contra o Palmeiras teve todos os condimentos das melhores decisões provisórias que o sistema de pontos corridos pode proporcionar. Na temporada passada, a traumática saga do Botafogo no Campeonato Brasileiro foi acompanhada com disciplina por torcedores de todas as procedências. É claro que havia algo de sadismo, mas também um certo terror diante do hipotético espelho: aquela derrocada podia suceder com qualquer time. O Botafogo havia se transformado em uma espécie de reflexo do medo coletivo imaginário.

Uma análise indiferente àquela redoma de emoções, no entanto, poderia apontar um fato indiscutível: o Glorioso havia se tornado protagonista das grandes disputas, algo impensável um par de anos atrás. E a prova de que a estrela solitária não pretende se tornar um cometa Halley, que aparece apenas a cada trinta anos, nós estamos testemunhando agora. Não que as cicatrizes não latejem em dia de chuva, mas o Botafogo engoliu o trago amargo do amadurecimento forçado e o transformou em estímulo para se perfilar como candidato.

No jogo mais aguardado do Brasileiro, que se converteu no melhor jogo do campeonato até agora, o time alvinegro apresentou a sua carta de intenções -- e são intenções bastante claras, até mesmo segundas intenções; no fim das contas, intenções extremas. A liderança isolada chegou após vitória conquistada diante do Palmeiras em um jogo que teve todos os condimentos das melhores decisões provisórias que o sistema de pontos corridos pode proporcionar.

Havia o ambiente, é claro, pois ontem cada botafoguense se transformou em um maçarico ambulante, e também aquele indispensável clima de VENDETTA, que faz o jogo se desenrolar com níveis quase palpáveis de tensão. E, sobretudo, houve uma frenética disposição mútua de Botafogo e Palmeiras para se revezarem nas demandas ofensivas -- sempre em ritmo alucinante e numa via de mão dupla, sem que se pudesse tentar prever quem abriria o marcador. E se o gol de Tiquinho Soares reluziu como filho único no Nilton Santos é apenas porque os arqueiros Weverton e John viveram uma jornada de hercúleo empenho sob as traves.

Há uma certo sentido de urgência no sistema de jogo de Artur Jorge, baseado na verticalidade constante e na velocidade de bólidos como Luiz Henrique e Junior Santos, e foi por meio deste feroz entendimento tático que o Botafogo provocou desconforto nos palmeirenses durante toda a noite. Não que tenha sido simples: vencer o Palmeiras significa vencer o Palmeiras e tudo o que ele hoje significa -- no aspecto técnico, organizacional, mental e mesmo em relação ao pacto firmado por Abel Ferreira, nosso Robert Johnson de Penafiel, para tocar o blues como ninguém nunca tocou.

Todos esses fatores sublinham com querosene o tamanho da vitória alvinegra. Que o jogo tenha apresentado todas as dificuldades prometidas, pois era necessário e até desejado que assim fosse, e mesmo assim os três pontos tenham vindo com autoridade, é prova de que este Botafogo é produto convicto dos seus próprios obstáculos e circunstâncias, uma equipe cuja cicatriz talvez tenha se transformado em casco impermeável.

Botafogo x Palmeiras - Melhores Momentos

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