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Castro e Autuori se reencontram em Inter x Botafogo após trabalho histórico em Portugal, há 35 anos

Por Virtual Rondônia em 19/06/2022 às 13:36:24
Hoje diretor-técnico colorado, Autuori era auxiliar do Vitória de Guimarães na temporada de 1986/87. Castro, atual treinador alvinegro, pertencia ao grupo, que é conhecido por ter praticado o melhor futebol na história do clube Entrevista com Paulo Autuori, que comandou Luis Castro, atual técnico do Botafogo

O Beira-Rio será palco de um reencontro marcante para Luís Castro, técnico do Botafogo, e Paulo Autuori, diretor do Inter, no embate pela 13ª rodada do Brasileirão às 18h deste domingo (19). Os dois participaram de uma campanha que é lembrada até hoje como a de futebol mais vistoso da história do Vitória de Guimarães, de Portugal, na temporada de 1986/87.

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- Quando eu fui para Portugal, em 1986, era auxiliar do Marinho Peres e o Castro jogava. Nos conhecemos ali naquele ano, que foi histórico para o Vitória de Guimarães. Acho que foi a melhor campanha da história do clube até então. E ali começamos a nos conhecer. Ele era lateral-direito, não era o titular. O titular era o Costeado, daqueles que joga, joga, joga... Não saía em nenhum jogo. O Castro era reserva imediato. A equipe se solidificou durante toda a temporada sem ter mudança, praticamente - relembra Autuori em entrevista exclusiva ao ge sobre o assunto.

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Todo o carinho cultivado até hoje com aquele time se deve, principalmente, ao trabalho de Marinho Peres, treinador do Vitória naquela temporada. Ele recém havia se aposentado da carreira como zagueiro, com passagens destacadas na Seleção Brasileira, no Inter e no Barcelona. No time português, Marinho começou a aplicar o que aprendeu como comandado de Rinus Michels, histórico técnico holandês pai do "Futebol Total".

Paulo Autuori era auxiliar técnico do Vitória de Guimarães na temporada 1986/1987

Guilherme Venâncio/António Cotrim Agência Lusa

- O Marinho, em 1974, foi para o Barcelona. A mãe dele, a Dona Matilde, eu conheci bem os pais dele, tinha muita amizade com o Marinho... A mãe dele era espanhola. E ele foi trabalhar no Barcelona. Eu, inclusive, quando fomos jogar contra o Groningen (da Holanda), pela Taça Uefa, o Rinus Michels soube que o Marinho estava lá e foi visitá-lo. Foi aí que eu o conheci pessoalmente. Sempre o acompanhei, mas depois que o conheci pessoalmente, devorei os livros. O Marinho sempre foi muito evoluído taticamente pelo contato com o Michels, o Cruyff, e aplicava algumas situações que foi o único momento que eu realmente vi alguém aplicar. O Marinho era mais estratégico e eu fazia mais o trabalho do dia a dia. Tanto que, quando o Marinho saiu, me convidaram para ficar no lugar dele e eu não fiquei. O trabalho era do Marinho.

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Marinho e Autuori deixaram o Vitória sem levar títulos, mas construíram a base do time que, na temporada seguinte, venceu a Supertaça de Portugal. Castro também já havia saído do clube, mas aquela campanha o marcou tanto que, quando foi apresentado pelo Botafogo, em março de 2022, citou seus comandantes brasileiros em 1986/87.

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- Acho que marcou (o Castro) pelo seguinte: o Marinho tinha uma gestão de grupo espetacular. Tratava o grupo de uma maneira única, não existia diferença entre titulares e reservas, em termos de relação, no dia a dia, falar de futebol, nas brincadeiras, não havia distinção. Principalmente para jogadores que não jogam, isso é muito importante, quando a liderança, independente de qualquer coisa, está sempre conversando, dá a mesma atenção. E também pelos conceitos táticos que o Marinho aplicou, foi importante para todo mundo. Foi uma época histórica também. Acho que esses fatores, conjugados, devem ter ajudado a marcar aquele tempo no Castro - opinou Autuori.

Luís Castro no Vitória de Guimarães

Arquivo Pessoal

Trinta e cinco anos depois daquele trabalho, Autuori avalia que era natural o movimento na carreira de Castro, que, após deixar a lateral-direita do campo, partiu para a área técnica:

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- Ele já demonstrava um nível intelectual muito alto. As conversas sérias, ele sempre foi um cara muito sério, trabalhador, mesmo não jogando. Ele jogava muito pouco por não ser o titular, mas nos treinos sempre se interessava, tinha uma ótima postura. Em termos pessoais, era normal (ele se interessar pela carreira técnica). Depois, acho que o bichinho do treinador veio de dentro dele (risos). Não me surpreendeu.

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Inter e Botafogo se enfrentam às 18h no Beira-Rio neste domingo. A partida vale pela 13ª rodada do Brasileirão.

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Fonte: Ge

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