Colorado teve poucos momentos de tranquilidade diante do aguerrido Delfín Demorou, mas aconteceu. Na 3ª rodada da Copa Sul-Americana o Internacional conseguiu a sua primeira vitória na competição. O triunfo levou o Colorado ao mesmo número de pontos do líder Belgrano, que tem um gol a mais de saldo. Controlar as ações diante do Delfín foi um desafio para o time gaúcho em determinados momentos da partida.
Além da condição de disputar mais dois jogos em casa e só depender de si para garantir a primeira posição no Grupo C, o time vermelho comemora também mais uma boa atuação de Wesley e o fato de Rafael Santos Borré ter desencantado. A dupla de ataque escolhida por Coudet para iniciar o jogo foi a responsável pelos gols da vitória.
Escalações
O técnico Guillermo Duró escalou o Delfin no 4-4-2 que é base da equipe. A novidade foi a entrada do meia Gaggi. Já Eduardo Coudet seguiu com os desfalques de Enner Valência, Aranguiz, Alario e Alan Patrick, mas escalou força máxima. Deu chance a Gustavo Prado como titular.
Como Delfín e Internacional iniciaram o duelo válido pela 3ª Rodada do Grupo C da Copa Sul-Americana 2024
Rodrigo Coutinho
O jogo
Tentar abrir defesas fechadas tem sido a sina do Internacional na Copa Sul-Americana. E na noite desta quinta-feira, no Equador, não foi diferente diante do Delfín. O time de Manta não fez igual ao Real Tomayapo, que colocou seus dez jogadores de linha perto da área defensiva. Adotou uma estratégia mais próxima daquilo que fez o Belgrano, na 1ª rodada, e o Colorado teve problemas iniciais.
Com Renê avançando por dentro e deixando a amplitude pela esquerda com Gustavo Prado, o Inter tinha Bustos sempre bem aberto pela direita. Maurício trocava de posição com Bruno Henrique. Flutuava da direita para o meio. Em alguns momentos fazia essas ''permutas'' até mesmo com Wesley. Isso gerava mais imprevisibilidade nos movimentos ofensivos do Colorado, mas a produção era baixa.
Parte disso se deve a boa marcação do Delfín. Conseguiu ter muita agressividade ao pressionar a bola, quase sempre em bloco médio, sem permitir avanços tranquilos aos brasileiros e forçando a jogar para trás em determinados momentos. Chegou a subir as linhas e tentar forçar erros na saída de bola, mas não teve sucesso.
Suas chegadas perigosas vieram em bolas paradas. Duelava bastante após os desarmes ou ao disputar ligações diretas. Conseguiu faltas nas imediações da área e incomodou Rochet. Luis Castro fazia um bom trabalho pelo meio. Angulo se mexia no ataque e causava dor de cabeça a Vitão e Mercado. Elordi e Cuero marcavam Bustos e Prado com muita intensidade.
Wesley; Inter; Internacional; Delfin; Sul-Americana
GERARDO MENOSCAL / AFP
A pressão equatoriana, porém, relaxou. E na primeira brecha encontrada pelo Inter, Renê não foi devidamente vigiado por Reyes. Acionou Wesley em profundidade. O atacante, que vem sendo o homem mais decisivo da equipe nas últimas semanas, traçou uma diagonal entre os dois zagueiros e bateu na saída do goleiro para marcar o primeiro gol colorado na competição.
Borré fez uma 1ª etapa tímida. Errou alguns lances simples e perdeu uma boa oportunidade de ampliar após mais uma boa jogada de Wesley. Robert Renan entrou no lugar do amarelado Mercado no intervalo. Outra mexida feita por Coudet ocorreu no esquema. Fixou a equipe em um 4-2-3-1 para a 2ª etapa. Abriu Wesley de vez pela direita e Maurício foi o meia à frente de Thiago Maia e Bruno Henrique.
Se o 1º tempo teve um certo ar monótono, o mesmo não se pode dizer da etapa complementar. Borré desencantou ao converter um pênalti logo aos seis minutos. Mais uma vez Wesley esteve envolvido na origem da jogada iniciada por Bustos. A vitória parecia encaminhada de forma tranquila.
O Delfín, porém, passou bem longe de se entregar com o 2x0 contrário. Diminuiu no minuto seguinte, aproveitando um erro de ocupação na frente da área colorada - Luis Castro finalizou livre -, e se encorajou em busca do empate. Com mais um atacante em campo partiu pra cima do Inter, abusando das jogadas pela direita e dos cruzamentos para a área. O lateral-direito Cuero seguia se destacando.
Gustavo Prado encara a marcação de Cuero
Conmebol
Rochet deu alguns sustos em bolas alçadas e o jogo seguiu totalmente aberto, sem controle de ambas as partes. Coudet lançou Lucca para fazer dupla de frente com Borré e tirou Gustavo Prado. Wesley passou ao lado esquerdo e Maurício ao flanco direito.
Depois reforçou a parte defensiva da equipe com Hugo Mallo e Rômulo. Bustos foi adiantado para a ponta-direita. Lucca deslocado para a ponta-esquerda. Wesley e Bruno Henrique foram sacados. Por fim, Igor Gomes compôs uma linha de três zagueiros para suportar a pressão equatoriana. E o Inter, que só contra-atacou com perigo uma vez depois do segundo gol, ganhou os cobiçados três pontos.
