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Goleiro "bailarino" que acabou com o sonho peruano entrou em campo pela Austrália apenas pela terceira vez


Na classificação australiana contra o Peru, o arqueiro Andrew Redmayne entrou no final da prorrogação e sua performance excêntrica nas penalidades chamou tanta atenção quanto a defesa decisiva. Atendendo ao clamor popular, o Peru decretou feriado nacional para, no fim das contas, assistir sua seleção ser impedida de participar da Copa do Mundo por um goleiro que imitava um boneco inflável de posto de gasolina durante as cobranças de pênalti. Essa é impiedosa síntese desta segunda-feira triste para o futebol sul-americano, que não terá seu quinto elemento no Catar.

Desde o início, a partida se mostrou extremamente difícil (inclusive para quem assistia), com a seleção peruana sendo encaixotada pela marcação da Austrália e não conseguindo repetir as atuações da campanha de recuperação reta final das Eliminatórias, que lhe garantiram o direito de disputar a repescagem. Se os australianos podiam ter vencido nos últimos minutos de jogo, quando fizeram o arqueiro Pedro Gallese trabalhar, também os sul-americanos podem se lamentar de um par de situações perdidas na prorrogação.

Mesmo longe demais da Cordilheira, a torcida peruana se fez presente em grande número em Doha, mostrando desenvoltura e inspiração muito superiores à sua equipe. Esperava ter atravessado meio mundo para presenciar a história de Gianluca Lapadula, centroavante nascido na Itália e naturalizado peruano que era a grande esperança do gol redentor, ou quem sabe testemunhar mais um capítulo da histórica trajetória de Ricardo Gareca, que poderia se tornar o primeiro técnico a dirigir o país andino em duas Copas do Mundo.

Eis que no apagar das luzes todos acabamos nos deparando com a comédia de um homem só, quando faltando poucos minutos para o fim da prorrogação, antevendo os pênaltis, o técnico australiano mandou a campo o arqueiro reserva, Andrew Redmayne. Entre a estética de lenhador, com sua vasta barba e cara um pouco vermelha, e a performance de boneco LANGO LANGO, deixou a todos os presentes um pouco constrangidos quando, já na primeira cobrança, começou a executar embaixo das traves a sua dancinha de braços e pernas para todos os lados. Com 33 anos, ele jogou sempre por clubes da Austrália e em 2019 já havia usado sua malemolente estratégia de desconcentração para ajudar o Sydney FC, seu atual clube, a vencer a Liga Australiana.

Os jogadores peruanos que cobraram com altura suficiente não tiveram dificuldades em converter, mas Luís Advíncula, um notório amante do baile, provavelmente ficou horrorizado com tão bizarra performance e mandou na trave. Na sexta cobrança, Alex Valera chutou fraco e à meia altura, facilitando a vida de Redmayne, que apenas se fazia de louco.

Aos peruanos, como se não bastasse ver sua própria tragédia pincelada com indolentes passinhos robóticos, a evidência de que esta foi apenas a terceira vez que Redmayne entrou em campo pela seleção australiana. Sua estreia aconteceu em amistoso em 2019, uma derrota de 1 a 0 para a Coreia do Sul, e ano passado jogou como titular na vitória de 3 a 0 contra o Nepal, pelas Eliminatórias. Para a Blanquirroja, a ilusão de participar da sexta Copa do Mundo tornou-se um pesadelo ilustrado por um desengonçado arqueiro que emergiu do banco de reservas para atravessar a cumbia peruana.

Os pênaltis de Austrália 0 (5) x (4) 0 Peru, pela repescagem para a Copa do Mundo 2022

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