Falecido há exatos dois anos, ex-atleta tem grafite próximo ao estádio do Furacão. Sicupira é o maior artilheiro da história do Athletico A morte de Barcímio Sicupira completa dois anos nesta terça-feira. Ídolo do Athletico, ele ganhou uma homenagem em um muro da capital paranaense, perto da Ligga Arena, estádio rubro-negro. O local, contudo, pertence a torcedores do Coritiba.
Uma homenagem à Sicupira que emocionou a família
A descoberta do muro foi feita de forma casual, justamente em um momento que a família pensava em Sicupira e no incômodo que o "silêncio" da ausência causava. Flávia e Mariana passeavam de carro, perto da praça Afonso Botelho, em frente à Arena, quando deram de cara com a imagem.
- Nos perdemos no caminho, entramos na rua errada, olhei e falei: "Para, porque é o pai no muro". Fomos mais além e, quando a gente parou, até me arrepio. Se alguém falar que é coincidência, isso é sinal - disse Flávia Sicupira, que tinha pedido para o pai "se manifestar" duas semanas antes.
- A saudade ainda é muito grande, porque ele está em todo lugar, nas nosas conversas, jornal, parede de casa. A maior saudade é da fofoca, a gente fofocava muito. Mas a gente resolveu fazer do 7 de novembro um feriado. Vamos para o bar comemorar e contar as histórias dele - completou.
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O grafite de Sicupira
Reprodução/RPC
A casa com o grafite de Sicupira pertence à uma familía que torce para o Coritiba, o maior rival. O local era de Luiz Alfredo Malucelli, o Malú, que morreu aos 80 anos em 2014. Malú foi publicitário, escritor e cozinheiro.
Marcelo Malucelli, um dos seis filhos, soube que François Mathieu Ramalho e Wagner Fredman, amigos atleticanos da região, queriam fazer um trabalho nas paredes do imóvel. Ele conversou com os irmãos e aceitou, com Malu e Sicupira juntos no desenho.
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- Meu pai também foi atleta amador do Athletico, mesmo de coracão alviverde. A maior lição dele era essa, de convivermos sempre em harmonia. A gente se orgulha disso. O futebol é para unir, não para seprar - disse Malucelli.
- Não sabia (que era coxa-branca), mas foi muito legal, porque era isso que meu pai pregava. Ele queria confronto só dentro de campo, fora só queria confraternização - completou Flávia.
O grafite de Sicupira
Reprodução/RPC
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Museu
Desde setembro deste ano, alguns itens da história de Sicupira estão expostos no Centro de Memória do Esporte Paranaense da Secretaria do Esporte (Sees) do Governo do Paraná. Entre os objetos, estão bolas, troféus, camisas, materiais de trabalho da época de radialista, além de itens de outros esportes.
Escultura
Em abril, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), divulgou um molde da escultura de Sicupira, prevista para ser inaugurada em maio de 2024. A arte será exposta na praça Afonso Botelho, em frente à Arena da Baixada, estádio atleticano.
O escultor curitibano Rafael Sartori foi o responsável pela arte em argila, que será fundida em bronze para o acervo de Curitiba. O processo ocorreu no Atelier de Forno de Fundição de Esculturas do Memorial Paranista, que fica no Jardim de Esculturas João Turin, no Parque São Lourenço.
Estátua escultura molde Sicupira Athletico
Divulgação/Prefeitura
Relembre a carreira e a vida de Sicupira
Ninguém fez tantos gols pelo Athletico quanto Barcímio Sicupira Júnior. O meio-campista defendeu a camisa do Furacão entre 1968 e 1976 e fez 158 gols.
Nascido em 1944, na Lapa (cerca de 70 quilômetros de Curitiba), Sicupira viveu seus primeiros dias em Curitiba como frequentador da Baixada, mas iniciou sua carreira profissional no rival Ferroviário, por influência do pai, e jogou com lendas do futebol como Garrincha no Botafogo antes de voltar para Curitiba.
Após defender Botafogo e Botafogo-SP, o meia retornou a Curitiba em 1968, e por pouco não acabou no Coritiba. Mas a intervenção de um dirigente fez com que o craque vestisse a camisa do Athletico para, a partir de então, escrever um grande capítulo da história do clube.
O mito de Sicupira não poderia ter começado melhor. Na estreia pelo Furacão, em 2 de setembro de 1968, enfrentou o São Paulo na Vila Capanema, marcando um gol de bicicleta no empate em 1 a 1.
Sicpura, ex-jogador do Athletico
Gabriela Ribeiro
Pelo Athletico, levantou a taça do Paranaense de 1970, além de ter sido o artilheiro máximo nas edições de 1970 e 1972. Como não poderia ser diferente, parte dessa história foi contada dentro da Baixada e, até o ano de 1976, ele foi construindo a lenda do grande matador.
A aposentadoria dos gramados veio cedo, com apenas 31 anos de idade, por conta das dificuldades e faltas de pagamento. Formado em Educação Física, após pendurar as chuteiras, passou a atuar como professor e chegou a treinar o Athletico. Trabalhou como comentarista esportivo e sempre primou pela imparcialidade, desprezando a postura cronista-torcedor.
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