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Torcedor cego do Botafogo viraliza e vai ao jogo no Nilton Santos com o filho após 10 anos

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Dupla de Celsos conhecem Jairzinho, ídolo do Botafogo, a convite da Centrum, patrocinadora do clube O ditado "o que os olhos não veem o coração não sente" pode até ser famoso, mas não se aplica para Celso, de 68 anos. Mesmo sem conseguir enxergar desde 2014 por detrimento de um glaucoma, o homem mantém o amor pelo Botafogo vivo. Para isso, conta a ajuda de Celso Filho, de 35. O senhor voltou a acompanhar um jogo in-loco no Estádio Nilton Santos após uma década.

Torcedor do Botafogo conhece Jairzinho

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O Alvinegro sempre foi algo presente na vida dos dois. Quando estava com a saúde dos olhos intacta, Celso levava o filho para ver o clube carioca recorrentemente. Depois de perder a visão, passou a acompanhar jogos em casa, sempre com o auxílio de um rádio e do filho.

A dupla não esperava que a história deles iria viralizar. Contra o Athletico-PR, na semana passada, Filho narrava os acontecimentos da partida para Celso. Lucas, um torcedor que estava nas arquibancadas, tirou uma foto do momento e publicou nas redes sociais. A postagem tem mais de 65 mil curtidas no 'X'.

- O cara (Lucas) veio falar comigo. Disse que tirou uma foto super legal minha com meu pai e perguntou se eu queria. Passei meu número e ele me mandou a foto. Ele perguntou se podia postar, eu falei: "Pode". A gente ficou muito assustado com isso tudo porque a gente leva a vida normal. Ele é aposentado. A coisa da TV ele não queria de jeito nenhum. Ele nasceu nos anos 50, então a cabeça dele tem um alcance da década de 1980 e 1990. Naquela época, o que aparecia na TV era loucura. A gente ficou com receio. A ação achei legal, ele ser homenageado. Ele é um batalhador. Um herói da vida comum. Que lutou, trabalhou, fez família... a história é essa. A gente ficou surpreso com tudo que aconteceu. Ficou feliz de vir aqui, ver o jogo. Mas a gente não tem nada de querer aparecer em lugar nenhum. A gente ficou assustado com isso. Por um lado a gente está feliz, por outro quer que a repercussão acabe logo. Não sei como vai ser quando a gente for na arquibancada. Acho que vou vir até de touca ninja (risos) - contou Celso Filho ao ge.

A repercussão foi tamanha que a dupla foi convidada pela Centrum, uma das patrocinadoras do Botafogo, para assistir ao jogo contra o Cuiabá em um dos camarotes no Estádio Nilton Santos ao lado de Jairzinho. O Furacão da Copa de 1970 entregou uma camisa autografada do clube a Celso. Veja no vídeo acima!

Celso e Celso Filho em jogo do Botafogo

André Durão/ge

- Ele vinha muito no final da década de 1960 e 1970. Ele não viu o Garrincha jogando pelo Botafogo, o primeiro time que ele viu daquele garoto ali (Jairzinho), que foi quando ele começou a ir a estádio. Time do Jair, Carlos Roberto, Miranda. Foi o time que ele se encantou. Ao longo da década de 1970 ele frequentava muito. Depois que ele casou, teve filhos, trabalhava muito para dar tudo do bom e do melhor para mim e para a minha irmã. Quando eu tinha mais ou menos 16 anos, que foi quando a gente voltou da primeira Série B, em 2004, falei 'quero ir'. Aí ele falou: 'vou contigo, você não vai sozinho não'. Foi lá no Caio Martins. Aí a gente começou a ir direto - contou o filho.

Diante de um longo processo de recuperação, Celso ficou afastado do Estádio Nilton Santos desde 2013, quando arena fechou por supostos problemas no teto. O pai chegou a frequentar o Maracanã no ano seguinte, mas logo depois a doença se agravou. Foram dez longos anos longe da casa do Botafogo, mas Celso Filho o trouxe de volta para o lugar que os dois aprenderam a frequentar juntos.

Celso e Celso Filho com Jairzinho

Sergio Santana/ge

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- Depois o Nilton Santos fechou, a gente passou a jogar no Maracanã. O time do Seedorf ele viu legal ainda. Ao longo de 2014, além do time estar muito ruim, o processo dele começou a se agravar. Quando a gente fez aquela campanha boa em 2017, até dei uma insistida com ele para ir, mas os jogos eram dia de semana. Ficava aquela dificuldade porque ele morava em outro bairro, a logística não era fácil. Meu pai tinha uma coisa que ele achava que podia em atrasar. Eu falei que era nada a ver e insisti. Quando foi esse ano, comecei a botar pilha, a gente bem no Brasileiro, que a gente joga final de semana. Eu ia trazer ele contra o Bahia, não consegui. Contra o Flamengo resolvi não trazer por causa do tumulto. Goiás foi durante a semana. Aí contra o Athletico comprei e trouxe ele. Aquele jogo foi o primeiro desde 2013. A última partida tinha sido aquela final da Taça Guanabara de 2013 (vitória do Botafogo por 1 a 0 sobre o Vasco).

Esses dez anos foram suficientes para provar que nem todo ditado popular é correto: os olhos podem não ver, mas o coração sente - e muito.

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