Rondônia registrou um aumento de 153% nos casos de feminicídios denunciados à Justiça no primeiro trimestre de 2023. Violência contra a mulher
Wagner Magalhães/G1
A quantidade de feminicídios denunciados à Justiça de Rondônia no primeiro trimestre de 2023 é 153% maior em comparação ao mesmo período de 2021. O mês de março, marcado como “Mês da Mulher”, teve a maior quantidade de denúncias e julgamentos realizados. Os dados exclusivos foram repassados ao g1 pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).
Os números de feminicídios têm batido recordes nos últimos três anos. Nos três primeiros meses de 2021, por exemplo, 13 novos casos foram registrados; já no primeiro trimestre de 2023, as denúncias saltaram para 33.
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Em março deste ano, marcado como o “Mês da Mulher”, 17 novos casos foram registrados: um aumento de 112% com relação ao mês anterior. No mesmo mês, também registrando um aumento expressivo, considerando que em fevereiro apenas seis casos foram julgados.
No total, 197 novos casos de feminicídio foram denunciados à Justiça desde 2021. Em paralelo, 153 casos foram julgados no mesmo período.
Observação: A quantidade de julgamentos não corresponde ao total de pessoas condenadas, uma vez que em uma sentença podem ser condenados mais de um réu.
De acordo com os dados que o g1 teve acesso, a tendência é que o aumento continue. Isso porque, somente nos primeiros meses deste ano, a Justiça recebeu uma quantidade de denúncias que corresponde a 44% daquelas realizadas em todo ano de 2022.
2º estado com maior índice de feminicídios
Um levantamento feito pelo g1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, divulgado no último mês, demonstra que Rondônia teve um aumento de 75% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021.
Com isso, o estado se torna o segundo estado do país com maior índice de feminicídios, atrás apenas de Mato Grosso do Sul.
Antonieli Nunes, de 32 anos;
Rayane Ferreira Nascimento, de 30 anos;
Laryssa Victória, 17 anos;
Ângela Maria Silva Duarte, de 51 anos;
Katia Juliana Garcia, de 29 anos;
Esses são os nomes por trás dos dados reunidos pelo g1. Uma porque grávida, outra porque se recusou a dançar com o ex-companheiro em uma festa, a terceira encontrada morta e enterrada depois de sair de casa para se divertir com as amigas
as histórias são diferentes, mas ligadas por um ponto: todas morreram de forma violenta apenas pelo fato de serem mulheres.